sábado, 26 de abril de 2008

Branca de Neve



Era uma vez, num país muito distante, uma rainha muito bonita que vivia num grande castelo. Ela gostava muito de coser a roupa do rei e, para isso, costumava sentar-se à janela do seu quarto. Dali, ela podia ver a neve que caia no jardim...
Um certo dia, a rainha não teve cuidado e picou-se na agulha de coser a roupa. Três gotas de sangue vermelho caíram na camisola que estava a costurar.
E foi, então, que ela pensou:
- Gostaria tanto de ter uma menina com a pele branca como a neve, com os lábios vermelhos como o sangue e com uns lindos cabelos pretos!
E não é que, passado alguns meses, a rainha deu à luz uma linda menina? Branca de Neve foi o nome escolhido para o tão desejado bebê..
Só que, de repente, a rainha ficou muito doente e acabou por morrer. Entretanto, um ano se passou e o rei voltou a casar...
Mas a nova rainha não era nada simpática. Pelo contrário, era muito má para todas as pessoas e era muito vaidosa. O que ela gostava era de passar os dias a pentear-se, a experimentar roupa e a pintar-se. E sabem o que é que ela tinha?
Um espelho mágico...
Todos os dias a rainha má perguntava ao espelho:
- Espelho, espelho meu, há alguém mais bela do que eu?
E o espelho dizia:
- Tu és a mais bela, minha rainha!
Os anos passaram e Branca de Neve foi crescendo. Aos sete anos de idade, ela era já uma linda menina...
Um dia, a rainha má foi, mais uma vez, perguntar ao espelho se havia alguma mulher mais bonita do que ela.
Para seu grande espanto, o espelho respondeu-lhe que sim:
- É a Branca de Neve!
A rainha ficou muito zangada e, cheia de ciúmes, mandou chamar o seu caçador e disse-lhe:
- Leva a Branca de Neve para a floresta e mata-a; depois traz-me o seu coração como prova de que fizeste tudo bem.
E lá foi o caçador com a Branca de Neve para a floresta... Só que ele era muito bom e, por isso, avisou a menina de que era melhor ela fugir porque a rainha queria fazer-lhe mal. E assim foi: o caçador matou um javali para levar o coração à rainha má e a Branca de Neve fugiu de casa, muito triste e assustada.
A menina andou e andou pela floresta até que encontrou uma cabana de madeira muito bonita...Branca de Neve entrou e viu uma grande mesa com sete cadeiras, sete pratos e sete colheres. Cheia de fome, a menina não conseguiu resistir e comeu a sopa que estava nos pratos. Depois, como estava muito cansada, decidiu ir deitar-se numa das sete camas que encontrou.
Já era de noite quando os donos da casa chegaram – eram sete anões, muito simpáticos, que trabalhavam nas minas da montanha. Quando eles viram os pratos vazios, ficaram muito espantados:
- Quem comeu a nossa sopa? Quem se sentou nas nossas cadeiras?
Foi quando um dos anões olhou para a cama e descobriu Branca de Neve a dormir. Mas nenhum a quis acordar... No dia seguinte, a menina decidiu contar a sua história aos sete anões. Logo ficaram muito amigos e decidiram que a Branca de Neve podia lá ficar a viver com eles. Entretanto, o tempo foi passando...
Um dia, a rainha má decide fazer a pergunta do costume ao seu espelho mágico. E o que foi que ele lhe respondeu?
- Há alguém mais belo do que tu, minha rainha. É a Branca de Neve!
A rainha má ficou muito zangada e decidiu ir à procura da menina. Para isso, vestiu-se de velhinha e começou a bater à porta de todas as casas. Certa vez, a rainha chegou a casa dos sete anões...
Branca de Neve, muito curiosa, decidiu abrir a porta – apesar dos anões a terem avisado para não o fazer – e começou a falar com a simpática senhora. Esta quis-lhe oferecer uma fita para pôr ao pescoço. Muito contente, Branca de Neve aceitou o presente. Só que a rainha apertou a fita com tanta força que a menina acabou por desmaiar...
- Agora sou eu outra vez a mulher mais bonita, gritou a rainha. E, dito e feito, desatou a fugir. Mas os sete anões chegaram a tempo de salvar Branca de Neve... Só que a rainha má descobriu, mais uma vez, que a menina não tinha morrido e que estava bem junto dos sete anões. Desta vez, a rainha vestiu-se de vendedora de fruta e voltou à cabana na floresta. E, mais uma vez, a Branca de Neve não resistiu aos encantos da senhora...
- Queres uma linda maçã, minha menina?
Branca de Neve disse logo que sim e, mal mordeu a maçã, caiu desmaiada no chão - a maçã da rainha estava envenenada. E a rainha fugiu a rir...


Ao fim da tarde, os anões voltaram e descobriram a menina no chão. Tentaram de tudo, mas em vão – Branca de Neve estava morta! Muito tristes e a chorar, os anões puseram-na numa urna de vidro e levaram-na para a floresta. Muitos animais, de quem Branca de Neve gostava muito, vieram chorar perto dela...
Enquanto os anos passavam, a menina continuava na urna e ia crescendo até se transformar numa linda mulher! Um dia, um belo príncipe estava a passar pela floresta e viu a Branca de Neve. Muito impressionado pela sua beleza, o rapaz queria levar a urna consigo...
- Não damos a urna a ninguém, disse um dos anões. Mas como tiveram muita pena do príncipe, os anões decidiram dar-lhe a urna. Este chamou logo os seus criados para o ajudarem... Mas um deles, sem querer, acabou por tropeçar numa pedra. E foi quando o bocado de maçã que a Branca de Neve tinha trincada caiu da sua boca... Para espanto de todos, ela acordou:- Onde estou?
- A salvo! – respondeu o príncipe – Queres casar comigo e ser a minha rainha?
Daí até ao casamento foi tudo muito rápido... Todos foram convidados e eles foram felizes para sempre.......

sexta-feira, 25 de abril de 2008


A VERDADE E A PARÁBOLA

(CONTO JUDAICO)

Um dia, a Verdade decidiu visitar os homens, sem roupas e sem adornos, tão nua como seu próprio nome.

E todos que a viam lhe viravam as costas de vergonha ou de medo, e ninguém lhe dava as boas-vindas.

Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, criticada, rejeitada e desprezada.

Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, trajando um belo vestido e muito elegante.

— Verdade, por que você está tão abatida? — perguntou a Parábola.

— Porque devo ser muito feia e antipática, já que os homens me evitam tanto! — respondeu a amargurada Parábola.

— Que disparate! — Sorriu a Parábola. — Não é por isso que os homens evitam você. Tome. Vista algumas das minhas roupas e veja o que acontece.

Então, a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola, e, de repente, por toda parte onde passava era bem-vinda e festejada.

Os seres humanos não gostam de encarar a Verdade sem adornos. Eles preferem-na disfarçada.

quinta-feira, 24 de abril de 2008


Amizade e as flores.



Sempre que podia eu gostava de ouvir as histórias que minha avó, tinha para nos contar.

Como aprendíamos tanto e tudo era grande novidade para nós.

Aquela manhã de Junho fria de inverno ainda, minha avó estava podando seus vasos como dizia.

Gostava de prepará-los para descansarem no inverno pois segundo ela,estariam germinando e se preparando para a primavera.

Sentei-me numa confortável poltroninha de vime com uma almofada toda colorida.

Minha avó terminou seu serviço e veio sentar ao meu lado.

-Como a senhora gosta de flores não é vovó?

-Muito meu querido, e não consigo entender quem não gosta!

Assim sentados os dois, minha avó começou a me contar sobre plantas boas e más também.

Ouvia tudo me deliciando pois jamais pensara em uma planta má

-Sim meu filho, são chamadas ervas daninhas.

Aos poucos vão tomando conta da outra planta ou até mesmo dos galhos das arvores e arbustos.

-E o que acontece vovó?

-Precisamos ficar atentos e já no inicio tira-la da planta senão ela mata.

-Fiquei assustado em ouvir isto e o que veio depois também.

Existem pessoas que são como ervas daninhas, se aproximam de você

Mas não servem para ter sua amizade.

Vão te envolvendo, colocando até em situações perigosas e quando você se dá conta é tarde.

Precisamos cultivar nossas amizades como fazemos com as flores e com as plantas.

Muito carinho e cuidados sempre .Estar lá quando elas precisam de nós.

-Quem vovó nós ou as plantas?

-As duas coisas meu caro.

Nunca esqueci esta lição de minha avó.

Por muitas vezes tive erva daninha por perto mas nunca deixei que chegasse até mim.

Sempre que posso ajudo.

Não é só nas horas alegres mas na tristeza também.

Ser amigo é ser leal aceitar o outro como ele é, e não querer modifica-lo o tempo todo.

E você já regou suas flores hoje?

sábado, 19 de abril de 2008

O Milagre das Sementes.



Todos estavam felizes, pois a tradicional festa da colheita estava perto.
Era muito esperada encerrava um tempo de muito trabalho, que trazia também muita esperança.
Cada fazendeiro apresentava uma amostra do que havia plantado.
Mandavam para os grandes centros, e até mesmo para fora do pais.
Armavam as barracas com diversos pratos da culinária local..É claro que não faltavam os doces e as tortas especiais.
Vendiam geléias feitas com as frutas de seus próprios pomares, queijos frescos manteiga e mel.
Alguns se arriscavam em vender melado também.
Para este dia vinham muitos visitantes de outras cidades todos vestidos a caráter.
Ou seja; camisa xadrez lenço no pescoço e botas.
As mulheres usavam saias longas bem enfeitadas e lenço na cabeça.
Havia a dança tradicional, que nem treinavam mais pois sabiam muito bem dançar.
A musica provinha dos músicos da igreja.
Era uma festa e tanto!
Neste dia as crianças ganhavam moedas dos pais para comprarem o monte de coisinhas que havia na feira..Desde bolas de borracha , saquinhos de bolinas de gude, caminhões feitos de madeira, trenzinhos e alguma peças de mobília todas em miniatura.Bonecas tinham varias, toda de pano.
Durante o ano as avós e os avôs exercitavam sua habilidade para exporem na festa e naturalmente vender.
Beatriz queria muito uma mobília de quarto para sua casinha.
Guardou as moedas que ganhara fazendo pequenos serviços em sua própria casa. Era uma recompensa que sua mãe lhe dava.
Guardou-as num saquinho de pano amarrou bem e colocou no cantinho de sua gaveta.
Chegado o dia, vestiu-se foi até a gaveta para pegar o saquinho e...nada havia sumido.
Levou um susto tão grande era sua decepção.
Quis falar com sua mãe, mas esta já havia ido para a festa. Tinha deveres lá e foi mais cedo.
O pai também não estava em casa naquele momento.
Sua avó estava!
Correu para o quarto dela e contou o ocorrido.
Estava tão aflita que as palavras não saiam!
A avó não serviu de consolo .pois não sabia de nada.
Poderia lhe dar algumas moedas, e deu. ,mas não seriam suficientes para comprar a mobília que esperara o ano todo.
Aceitou e agradeceu e saiu de casa para ir até a festa.
No caminho que era longo, sentou-se numa pedra grande.
Fitando o céu com lagrimas a escorrer dos olhinhos.
Oh meu papai do céu, eu queria tanto a mobília guardei cada moedinha e agora perdi?
Eu acho que não merecia ter, não é mesmo?
Enxugou os olhos e continuou a andar.
Bem adiante estava uma senhora muito aflita.
-Que aconteceu minha senhora?
-Eu vinha pela estrada de carroça, de repente uma cobra atravessou a estrada e assustou o cavalo.
Consegui pular, mas ele levou minha bolsa e tudo que tinha comprado na feira!
-Beatriz ajudou a senhora a levantar-se e foi buscar a carroça que estava bem adiante longe mesmo na ribanceira.
Conseguiu traze-la tinha pratica com animais e sabia manejar a carroça.
-Pronto minha senhora aqui esta sua carroça, felizmente o eixo esta inteiro e o cavalo não esta machucado.
A mulher abraçou a menina e foi até a carroça.
Mexeu em tudo e felizmente não havia quebrado nada e principalmente a cobra não havia picado seu animal também.
Voltou-se para Beatriz com uma caixa grande nos braços e disse-lhe:
-Minha querida menina, isto é para você!
Oh não minha senhora não é preciso.
Ajudei e sei que a senhora faria o mesmo por mim.
-Faço questão que você guarde isto como lembrança minha.
Dizendo isto partiu em seguida com a carroça.
Beatriz desanimada que estava ficou mais um pouco sentada na pedra.
Ai então, resolveu abrir o pacote, uma caixa grande.
Para seu espanto lá estava a mobília que tanto queria!
Chorou bastante de alegria.
Olhou para o céu novamente e agradeceu muito.
Nem foi para a festa voltou para sua casa.
Lá estava seu pai.
-Não vai para festa, filha?
Acho que não papai, quem sabe mais tarde.
O que trazes ai?
Beatriz contou ao pai o que havia acontecido.
Foi quando este lhe disse:
Ah, foi para você que ela deu a mobília?
-Como você sabe papai?
Encontrei-me com ela no caminho.
Sabe minha filha ela só faz duas por ano para expor na festa!
Uma deu para você e a outra vai guardar para a filhinha dela.
-Mas papai o devo ficar com este presente?
Sim minha filha, você é uma semente boa.
Ajudou e nem pensou mais em você.
Quando se espalham sementes boas, se colhe frutos bons!
Agora guarde a caixa vamos para a festa sua mãe já deve estar preocupada comigo.
E assim Beatriz teve o que mereceu, de uma outra forma recebeu o que merecia.
Sementes... Sementes... Mágicas.

Marlene B. Cerviglieri

sexta-feira, 18 de abril de 2008

O Anjinho Perdido



Voavam todos juntos e alegres no imenso céu azul. Como era bom brincar com seus amigos e irmãos voando e fazendo mil brincadeiras.

Todos eram branquinhos com suas asinhas e os cabelos encaracolados que pareciam ouro de tanto brilho! Mas um deles era diferente.

Suas asas eram mais redondas não eram branquinhas, mas douradas, seus cabelos eram cor de ouro mas curtos e sem cachinhos. Sentia-se diferente e por isso ficava triste. Um dia quando estavam voando fazendo suas brincadeiras,pois vocês sabem que os anjinhos estão sempre por ai fazendo das suas mas tomam conta da gente também...

Bem neste vôo longo este anjinho diferente distraiu-se e caiu na terra!

- Ah, mas onde estou? Onde estão meus amiguinhos? Caídos ali na grama de um quintal!

Nisto veio correndo de dentro de casa um menino. Chegou até ele e disse;

- Olá vamos brincar de super-heróis?

O anjinho não sabia o que era isso, ficou sem palavras... Como havia chegado na terra!Assim sendo começaram a brincar ali mesmo.

Aprendeu muitas brincadeiras novas que iria ensinar para seus amiguinhos também. Lá de dentro da casa uma voz chamou para almoçar!

- O que seria isto?

Almoçou, gostou e aprendeu mais.

- Vamos escovar os dentes disse o menino.

E assim chegou o final do dia. Como voltar? Sentia falta de seus irmãos e amigos. Foi quando levemente bateram em suas asinhas.

- Acorda douradinho...

Eram seus irmãos que o chamavam. Quanto havia dormido não sabia, mas a experiência que teve na terra esta era só dele.

Aprendeu que existem muitas diferenças, e que ser diferente não é doença não é feio, apenas se é diferente. Aprende-se de outra maneira, se come se brinca cada um no seu modo de ser! Ficou contente com o que aprendera e naturalmente iria ensinar aos seus amigos a brincar de forma diferente.iria ser muito divertido brincar de super-heróis pois todos voavam de verdade! Rindo voltou para o seu grupo de anjos.

Lá na terra alguém encontrava no quintal na grama uma pena dourada...

- Veja achei a pena do meu amigo. É a pena do meu anjo caído!

- Imagine pena do amigo, criança tem cada uma!

Vamos almoçar venha, dizia a mamãe que hoje não sabia de nada, mas quem sabe algum dia entenderia a aventura que tive. Do anjo caído... E no meu quintal!



Marlene B. Cerviglieri

quinta-feira, 17 de abril de 2008

PIPA NO AR


Tão linda e colorida.


Subiu rápido para o céu!
Dançava com o vento,
Nas piruetas mil!

A linha foi soltando,
Devagar e com firmeza
Não sabia eu,
O poder da natureza.

O vento que já era forte,
Chegou mais e mais.
A coitadinha embicou
E para o chão se mandou

No meio do caminho,
No galho foi ficar
Não houve quem a tirasse
Até o vento sossegou!

Será que foi medo,
Ou frio demais que tomou?
Ali presa no galho,
Ate hoje ficou...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O Tapete Mágico



Na casa não havia ninguém. Fui entrando meio assustado quase que na ponta do pé. O que teria acontecido, todos se foram? Tentei soltar um olá, mas ficou preso na minha garganta. Pensei: Não estou com medo apenas surpreso pois esperava encontrar todos ali. Sentei-me na soleira de uma das portas, e com as mãos amparando meu queixo comecei a pensar no que fazer...

Quietinho ali e sozinho, comecei a ouvir os ruídos da casa também. Não sabia que casas têm tanto barulho mesmo sem ninguém. Vinha do teto, do chão e não sei de onde mais. Prestando bem atenção deixando o medo de lado, pois ele só atrapalha, consegui perceber que eram os encanamentos que faziam o tal barulho. E o outro tipo vinha do telhado que rangia.Lembrei-me que meu avô sempre me dizia, nunca sintas o medo.Vai ver onde ele esta.

E assim vasculhei cada cantinho da casa e pude saber de onde todos os barulhos vinham. Cansado que estava e já com uma pontinha de fome, deitei-me no chão em cima de um velho tapete que ali estava. Olhando o teto, via uns lampejos de luz. Adormeci. Voei para bem longe dali num campo muito verde embaixo de um céu muito azul.

Nossa como era bom voar assim. Sentia o vento em meu rosto e podia ver tudo lá em baixo. Corri por vários parques, brinquei em muitos lugares, senti chuva vi o sol e me sentia muito contente. Voando assim pelo céu, encontrei um dragão muito grande que me perguntou de onde eu era. Lá de baixo, respondi com um pouco de dificuldade para falar.

- E você, dragão?

- Das cavernas aqui de cima. - respondeu.

- Estou com um pouco de fome. - disse eu. Será que há alguma coisa que eu possa comer?

- Sim. - disse ele.

E me trouxe uns ovos enormes que não cabiam em minhas mãos.

- Como vou comê-los? Perguntei.

- Ora menino, comendo! - e se foi.

Tentei abocanhar o grande ovo, mas nada. Continuei tentando e a fome aumentando. De repente...Bum, caí do tapete e comecei a ir em direção ao chão lá embaixo.

- Alguém me acuda! - gritava eu.

Quando senti uma mão no meu ombro estava no chão...E no chão da casa de meu avô, e ao meu redor todos riam.

- O que aconteceu? - perguntaram.

Eu, eu estava no tapete mágico. - disse. O que aconteceu realmente?

- Bem, adormeci em cima do tapete e ele voou comigo para bem longe.

O dragão era o bichano que me encontrou dormindo no seu tapete. Todos riram e eu fui comer, pois a fome era tanta, adivinhe o quê? Ovos é claro!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O COELHINHO ESPERTO



Havia uma fazenda muito grande e linda. Todos que a visitavam ficavam encantados com tantos animais. Cada raça tinha seu próprio lar, quero dizer suas casinhas e ficavam juntos. Assim os porquinhos estavam sempre comendo e dormindo junto da mamãe porca. As vacas, que eram a maioria, ficavam num pasto muito amplo e criavam seus bezerrinhos. Bem afastado destes animais maiores, havia o galinheiro onde as galinhas botavam seus ovos e criavam seus pintinhos. Os patos também ficavam por perto, pois gostavam muito de dar uns mergulhos no lago próximo.

Bem lá embaixo numa descida ficavam os coelhinhos. Era uma coisa linda de se, ver as gaiolas grandes, e dentro todo o parquinho para eles brincarem.

Havia também a água corrente, muita verdura ali era colocada para que comessem. Vocês sabem que verdura é muito bom e devemos comer todo dia, assim o fazem os coelhinhos. Vejam como são espertos e saltitantes e têm muita força também. Bebem muita água e comem muita verdura e legumes. Bem, estou aqui para contar a história do coelhinho esperto não é mesmo?

Pois aqui vai: Uma manhã depois de se fartar de tanta verdura o coelhinho rajadinho, assim era chamado, pois era todo branco com algumas manchas pretas, resolveu sair da gaiola. Ah, pensou ele: quero dar uma voltinha par aprender alguma coisa mais. Saiu saltitante como são os coelhos, e foi parar bem no meio da floresta que havia na fazenda.

- Puxa que coisa maravilhosa! Quanta árvore e vegetação!

Ficou muito encantado mesmo, foi entrando cada vez mais. De repente surgiu um tatu... O coelhinho, que não conhecia nenhum outro bicho, levou um susto.

- Quem é você?

- Ora, sou o tatu! Respondeu.

O coelhinho chegou até perto, meio com medo e colocou o nariz no tatu.

- Coelhos são assim cheiram tudo.

- Puxa como você é duro!

- E você é mole. Respondeu o outro.

O tatu que era muito esperto e conhecia muitos bichos, riu do coelho.

- Veja, coelhinho, existe duro e mole...

- O quê? Perguntou o coelhinho.

- É, meu amigo, duro sou eu e mole é você.

- Ah, entendi. Quer dizer que existe diferença entre duro e mole.

- Sim, e você sente isto.

- Veja aqui outra diferença: Nós estamos embaixo da árvore, certo?

- Sim.

- E o nosso amigo lá, o passarinho, está em cima da árvore. Entendeu?

- Sim. Embaixo e Em cima.

Ficou feliz de aprender, disse adeus ao tatu e voltou pulando para sua casa.

- Meus irmãos - disse quando chegou -, aprendi muito hoje, sei agora o que é duro e o que é mole!

- Vejam - e foi dando instruções para seus irmãos -, coisas simples de se aprender.

- E você já sabe estas diferenças?

Se não souber leia novamente e o tatu irá explicar. Seja um coelhinho esperto!



Marlene B. Cerviglieri

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A ÁRVORE DEITADA



Ali no meio do parque estava a arvore deitada. Seu tronco era imenso e seus galhos pareciam ganchos esparramados ao seu redor. Mesmo assim despertava um fascínio em todos os que por ali passavam. Ninguém sabia, no entanto, que aquela mesma árvore, de mais de cem anos, tinha sido um dia frondosa cheia de folhas e de muita sombra. Sofreu por muito tempo ali deitada, não deixando transparecer que estava muito triste.

- Sou uma árvore careca. Pensava.

Realmente não tinha mais nenhuma folha em seus galhos. No dia que foi derrubada pela ventania muito forte, mas muito forte mesmo, perdeu toda as suas folhas. Ali deitada com a raiz a mostra permanecia como que calada esperando que algo mais acontecesse.

- Que será de mim agora? - pensava quietinha deitada no chão. Os pássaros não vão mais querer fazer os seus ninhos, não há mais segurança, pois estou toda sem folhas.

Quanto mais pensava mais triste ia ficando. Daí que uma manhã surgiu no parque um bando de meninos e meninas vindos de uma escola, para lá passarem algumas horas. Normalmente isto sempre acontecia. Porém naquele dia aconteceu um fato muito bonito. Interessante como diria minha professora.

As crianças depois de andarem em todos os brinquedos existentes, e de fazerem muito barulho estavam cansados demais. Que fazer? Os bancos eram de cimento e duros. Surgiu então a grande idéia.

- Veja - disse um deles - ali está uma enorme árvore!

- E deitada. - disse o outro. Parece uma cama enorme, vamos até lá.

Assim sendo subiram com facilidade na arvore deitada. Encaixaram-se tão bem em seus galhos, e lá descansaram. Quando voltaram para a escola tiveram que relatar o passeio. É claro que o assunto imediato foi a árvore deitada. Como falaram tanto dela a outra classe pediu também para ir vê-la.

Hoje a árvore deitada é procurada por muitos jovens que se sentem bem a vontade para subir nela, sentar lá em cima e descansarem. Às vezes pensamos que tudo está perdido, não terá mais solução. Engano nosso, para tudo tem jeito, é uma questão de sabermos esperar e ter paciência. Os fatos mudam nada é para sempre.

Do medo de ir para a fogueira que tinha a árvore, pois achava que não servia para mais nada. Tornou-se o lugar mais procurado do parque. Quando estiveres achando que nada mais vai dar certo, espere e verás que o conserto logo virá. Existem mil formas de ser, não necessariamente precisam ser sempre as mesmas. O difícil é aceitar as diferentes, pois as conhecidas são fáceis. No tombo mesmo permanecendo deitado, existe a transformação. Sejamos como a árvore e pensemos positivo para enfim podermos ajudar e sermos ajudados.


Marlene B. Cerviglieri

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O BESOURO E A JOANINHA

No cantinho e bem no fundo da casca da dona árvore, estava o besouro, pensando consigo mesmo. Pensava e dizia baixinho só para si:
- Como, como poderei fazer para que a Joaninha, tão lindinha, preste atenção em mim!
- Gostaria de voar com ela, passear pelo bosque e até parar nas flores...
- Como, como poderei fazer se ela foge de mim quando tento chegar perto!
- Será que ela tem medo de mim?
E assim ficava ali triste e pensativo roendo a casca da árvore não se juntando mais aos outros besouros, que saiam e passeavam voltando felizes para a árvore. Eis que um dia de repente, o besouro teve uma idéia!
- É isso mesmo dizia, sou muito grande e ela como é pequenina tem medo de mim quando me aproximo...
- Vou dar um jeito nisto já já...
E assim pensando o besouro saiu da casca da árvore e foi para o bosque. Procurou um lugar cheio de galhos entrou no meio deles.Tanto se enrolou e bateu que acabou perdendo uma de suas antenas, que eram bem fortes!
Voltou para a casca da árvore com um pouco de dificuldade, parecendo ser difícil a direção a tomar. De nada adiantou, pois ainda sentia-se grande e desajeitado. Voltou ao bosque e tentou encurtar suas perninhas: - ora se dona lagartixa se arranja muito bem, eu também posso - dizia o besouro.
Quando amanheceu o outro dia, o besouro sentia-se mal, não conseguia voar direito e as perninhas doíam muito. Ficou ali no cantinho da casca, quando seu papai veio ao seu encontro.
- Mas o que aconteceu com você?
- Meteu-se em briga?
- Não papai, disse o besouro e contou tudo a ele.
- Meu filho disse-lhe o papai.;
- Porque você não conversou comigo antes?
- Eu teria lhe ensinado muitas coisas...
- Saiba que cada um é cada um.Não queira se igualar fisicamente com os outros.
- Podemos, sim, seguir os bons exemplos, mas fisicamente cada um é cada um!
- Você já imaginou a Joaninha tentando entrar na casca?
- Só faltou você pintar suas costas de bolinhas...
- Não faça mais isso meu filho.
Procure ser você mesmo, terá muito mais valor pois não existe outro igual. Portanto seja bom no que você é ou faz.
- Muitas vezes nós não percebemos o que temos de bom, e saímos por ai querendo imitar os outros.
- Entendeu bem o que te expliquei?
- Sim papai, a dor foi grande não vou tentar contra a natureza nunca mais.
- Isso meu filho, assim que se fala.
Passado algum tempo, já recuperado o besouro estava voando no bosque, passou e nem percebeu a joaninha na folha.
- Puxa como ele é forte pensou ela, pena que sou tão pequenina.
- Mas cada um do seu jeito.
E saiu voando batendo as asinhas coloridas num dia de sol maravilhoso onde todos os insetos manifestavam sua alegria.É as mudanças muitas vezes são benéficas, mas também existem algumas que em nada ajudam não ´só os animais mas as pessoas também.
Até a próxima!

terça-feira, 8 de abril de 2008

Quem não tem medo?


Todos nós temos os nossos medos, principalmente quando pequenos.
Muitas coisas não compreendemos e nos assustam alem de criarmos nossas fantasias.
João Vitor era um garotinho muito querido por todos na família, especialmente os avôs que eram chamados vô João e vô Vitor.
Os dois contavam estórias e faziam muitas brincadeiras com o netinho que ultimamente andava triste.
Resolveram os dois ficarem uma tarde com o neto para ver se poderiam ajudá-lo.
Assim sendo os dois brincaram a tarde toda com o garoto até que conseguiram conversar com ele.
-Meu querido diga para nós o que esta deixando você tão tristonho?
-Eu não estou triste, apenas não quero ir dormir em minha cama, e a mamãe não deixa mais eu ir dormir com ela.
-Deve haver alguma coisa que impede você de ir dormir na sua cama.
Seu quarto é tão bonito e foi feito especialmente para você!
-Sei disso, vô João e vô Vitor , mas mas...tenho medo!
-Só isso disseram os dois.
-É tenho medo de ficar no meu quarto.
-Cada um de nós tem uma estória para te contar.
-Conta você primeiro João.
-Bem disse João você sabe que um dia eu também já fui criança como você?
-Claro né vô e sei que um dia vou ficar idoso como você.
-Esperto este meu menino.
Bem vou te contar a estória de minha cama e de meu medo.
-Aprumaram-se os três para ouvi-lo.
-Eu tinha um quarto não muito grande mas eu gostava dele.
-Porém comecei a ouvir uns ruídos estranhos, e não sabia o que era.
-Fiquei acordado prestando atenção e não conseguia saber o que era..
-O medo foi tomando conta de mim e me encolhi todo na cama me enrolei nos lençóis.
-No dia seguinte falei com minha mãe, e não quis ir dormir no meu quarto.
-Pedi e ela consentiu que eu dormisse no quarto dela.
-Foi muito bom dormi a noite toda sem medo e sem ouvir nada.Mas a noite seguinte, meu pai me levou para meu quarto e disse-me que tinha estado lá e não ouviu nada e não tinha nada.
-Fiquei apavorado mas fiquei no quarto e me enrolei nos lençóis e logo mais tarde comecei a ouvir os ruídos novamente.
-Chorei esperneei e naquela noite não fui para o quarto sozinho.
Meu pai foi dormir comigo e levou um colchonete, e ficou junto de mim.
-No inicio dormimos.
De repente comecei a ouvir o barulho.
Desci da cama de mansinho e chamei papai que dormia.
-Papai, papai.
-Os dois juntos ficamos atentos, eu tremia de medo.
-Para minha surpresa papai foi até a anela abrindo-ª
-Chamou-me e rindo me mostrou os galhos de uma enorme t trepadeira que o vento balançava e raspava na janela!
Este era o barulho que criara o medo em mim...
-Fiquei tão contente quando papai me abraçando disse-me:
-Vou te contar a minha estória agora, de medo é claro.
-Como você também fui criança um dia e tive meus medos.
-Chorava a noite e não queria ir para minha cama.
Claro é melhor ficar com o papai e mamãe.
Mas cada um tem sua cama seus lençóis seu lugarzinho para suas fantasias.
Um dia você vai entender isto.
-Bem.minha mãe me levou para a cama e me disse:
-Filho , hoje cedo eu sacudi is teus lençóis e pedi para todos os espíritos brincalhões ou os que gostam de assustar irem embora.Faço isto toda manhã quando arrumo teu quarto.Você mesmo pode fazer isto quando eles te incomodarem.Arrume a cama novamente e estique bem os lençóis, você vai dormir na hora.
Vamos fazer já para você ver como é.E assim sendo minha mãe desarrumou a cama novamente e disse.Saiam todos daqui deixem meu menino dormir em paz , arrumando minha cama todinha.
-Dormi profundamente aquela noite e todas as outras, sempre que preciso sigo o que minha mãe me ensinou.
-Portanto meu caro netinho faça o mesmo, arrume a cama novamente do seu jeitinho e espante todos os fantasminhas.
-Que bom vô é uma idéia. Vou fazer isto.
-João e Vitor se entreolharam e mais tarde comentaram-Se todos conseguissem espantar os fantasminhas de suas camas que bom seria.Mas desde cedo é que se ensina a enfrentá-los não é mesmo?
-O medo criado e o fantasma imaginado.
-Quanto ainda a aprender
...
E assim João Vitor consegui dormir sem medo lembrando e pondo em pratica a lição do vô João.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A FÁBRICA DA LARANJA



- É tão bonito de se ver, tanto quanto um vaso de flores.

- O quê, mamãe?

- Uma cesta cheia de frutas.

- Frutas, mamãe?

- É isso mesmo.

- Vou te contar uma estória sobre frutas.

- Uma vez havia uma fruteira cheia de frutas na sala de minha avó. Eram tão lindas que eu imaginei que elas conversavam. Encostei minha cabeça na mesa para ouvir a conversa. Sabe o que estava acontecendo? Elas estavam brigando...

- Brigando mamãe?

- Sim, meu filho, brigando.

- Dizia a banana para o mamão:

- Você está vermelho demais, é de vergonha eu creio.

- Nada disso - respondeu ele - pensa que não vi! você está cheia de pêlos e muito branquinha, por isso tem inveja de mim porque eu sou corado.

- Você não sabe nada... – respondeu a banana - não tenho pêlos seu bobinho, são as proteções para minha polpa.

Enquanto isso a pêra empurrava o abacaxi reclamando:

- Chega pra lá, você está arranhando a minha pele macia e delicada.

- Cala a boca, sua chata. – respondeu o abacaxi – você é que quer ficar grudadinha em mim só para sentir o meu perfume gostoso. Vamos, fala a verdade!

A pêra se afastou amuada. A ameixa reclamou da grosseria do abacaxi. A maçã foi logo se afastando para não entrar na confusão. O melão discutia com o cacho de uva que dizia:

- Vou falar com a dona da fruteira. Ela precisa separar as frutas. Estas frutas espinhosas – olhou para o abacaxi – têm de ficar com as de cascas duras amarelas – e olhou para o melão. Senão as frutas delicadas como o mamão, a dona pêra, a dona maçã serão esmagadas.

E assim continuaram a brigar, sem perceber a tristeza da laranja encostadinha neles. Pensava a laranja:

- Ninguém gosta de mim. Sempre escolhem a banana, o mamão e a dona maça. Não devo ter graça nenhuma.

Nesse momento entraram na sala de jantar, minha vovó, meu irmãozinho menor e o teu tio Pedro.

Sentaram-se ao meu lado sem se importar comigo ali deitada fingindo que dormia.

- Veja Pedro, - disse pegando a laranja na mão, - Esta é uma laranja. Quando você a pega na mão, assim, parece que não tem nada, não é mesmo?

- Suco vovó.

- Não meu querido, não é só isso. Veja o que a vovó vai fazer com uma laranja

Pegou a laranja e cuidadosamente tirou a casca. Depois tirou gomo por gomo e colocou no pratinho.

- Veja Pedro vou mostrar a você a fábrica de garrafinhas que a laranja tem.

- Fábrica de garrafinhas?

- Isso mesmo, veja.

Com cuidado tirou a pele do gomo e foi tirando as garrafinhas cheias de suco.

- Que coisa bonita vovó?

- E agora vamos à casca. Vamos parti-la em tirinhas deixa-las de molho e mais tarde farei tirinhas de casca de laranja açucaradas.

- Puxa! quanta coisa não é vovó?

- Ali, fingindo que dormia, meu filho, aprendi muito. Às vezes você está no meio de tantos e se sente nada. Mas sempre há alguém que vem e mostra a você o seu valor chegando ao seu coração.

- Como a laranja mamãe?

- Isso mesmo, filho.

- Sabe meu querido, devemos comer de todas as frutas. É claro que há alguma que o seu corpinho não aceita.

- É, eu sei, por causa da alergia não é mesmo?

- Isso meu querido.

- Sabe mamãe, lá na escola vamos fazer uma salada de frutas. Vou aproveitar para contar a estória para eles.

Na fruteira a laranja estava feliz.

- Puxa não sabia que eu tinha uma fabriquinha dentro de mim...

E agora amiguinhos, vamos comer frutas?



Marlene B. Cerviglieri

domingo, 6 de abril de 2008

O Urso Chorão

Eram três ursinhos lindos e saudáveis. Dava gosto ver os três rolando a campina verde na imensa floresta. Todos os animais procuravam sua alimentação durante a manhã logo bem cedinho. O riacho que corria no meio da campina era muito grande de uma água muito límpida, via-se o fundo nitidamente. Eu não gostava muito quando as onças vinham beber água, pois pareciam dóceis mas um certo arrepio passava por mim quando as via. Gostava mesmo era da família dos macacos que sempre estavam na maior das alegrias. Qualquer graveto ou folhinha já era motivo para brincadeira.

Os pássaros então voavam nas árvores altas, mas desciam também para o solo a fim de ciscarem e às vezes tomar banho. Os jacarés já viviam dentro da lagoa atrás do penhasco. Era um lugar sombrio que eu não gostava muito.Todo cuidado, por ali, era pouco, apesar de reinar uma certa harmonia entre todos os animais. Mas o que estava incomodando ultimamente era o Urso chorão. Os três irmãos brincavam ali perto de minha árvore favorita e sempre podia observá-los. O que será que acontece para que ele chore o tempo todo? Resolvi que iria observá-lo bem atentamente, e assim fiquei de prontidão em cima da árvore.

Lá chegaram os três. Eram tão iguais que só percebi o chorão porque começou a chorar. Foi então que ouvi a mamãe Ursa dizer aos outros:

- Deixem que ele chore, logo ele vai parar. - Mas o Ursinho chorava e gritava. Então um de seus irmãos chegou até ele e disse:

- Meu irmãozinho, você quer brincar comigo? - Não houve resposta. Então o Urso chegou até ele e estendeu-lhe umas folhinhas dizendo-lhe:

- Quer ficar com elas ?

Não houve resposta. Assim meio como quem não quer nada, o outro irmão tentou se comunicar com o chorão.

- Ei, vamos brincar de correr para achar formigueiros? - Não houve resposta.

Sendo assim, os dois voltaram para seus folguedos e deixaram o chorão como a mãe havia dito. Foi então que ela chegou até o filho, sentou-se ao seu lado e o abraçou com carinho.

- Meu querido filhinho, mamãe vai contar uma história bem bonita para você!

Devagar ele foi parando de chorar e ficou só soluçando. Vendo esta cena fiquei intrigado. Voei para bem alto onde estavam meus pais e perguntei:

- Por que, por que ele age assim? Chora e não ouve os irmãos. Ele é muito diferente.

Foi quando minha mamãe me disse:

- Filho, nem todos são iguais, há muitas diferenças.

- Você já imaginou se todos fossem iguais? Seria um desastre...

- Cada um tem seu dom, sua inteligência seu modo de ser. Ele é um ser especial e muito feliz.

- Muito feliz! - exclamei

- É muito feliz porque ele tem o amor da família. Talvez ele ainda não perceba que é amado.

- Volte para baixo, creio que agora ele não está mais chorando ou soluçando.



Voei para baixo e fiquei olhando novamente. Agora estavam todos em volta dele falando e rindo.Que coisa estranha, ele parou mesmo de chorar, mas parece que está em outro mundo.

Do meu lado mamãe disse: - E está mesmo meu filho. O carinho e o amor da família dele logo o trarão para cá, afim de que ele possa ter vida própria. Quanta sabedoria vinha de minha mamãe, transformando coisas tão difíceis de eu entender em simples fato.

- Gostaria que você fosse a mamãe dele também.

- Não meu filho, cada um tem a sua família, e ele pertence a família dos ursos e não dos macacos.



São lições de vida que aprendi ao longo do tempo e até hoje ainda aprendo no dia-a-dia. A floresta continua calma, aparentemente, com todos os seus perigos ocultos e eu aqui da minha árvore espreito tudo para saber cada vez mais.

- Humanos...

- Olha mamãe, que coruja linda lá em cima!

- Ela é o símbolo da Sabedoria?

- É o que dizem.

Fiquei contente. - Então é assim, todos são filhos de Deus.

- Exato meu filho!

Marlene B. Cerviglieri

sábado, 5 de abril de 2008

AS ESTRELAS DO CÉU














Assim tão de repente, ela viu a porta do quarto ser fechada. Sentou-se na cama e vagarosamente começou a vestir a linda camisolinha, toda cheia de babados.

Seus cabelos loiros reluziam a luz do luar que entrava através da janela entreaberta. Pôs os chinelinhos foi até a cadeirinha a na frente da cômoda, e pegou seu lindo urso. Abraçada a ele, sentou-se na cadeirinha e então começou a conversar;

- Oi Eric, ainda não estou com sono, e você?

-Também não. - respondeu o urso feliz de estar colo da Nana. Assim a chamavam carinhosamente todos da família.

- Fico pensando que as estrelas são lâmpadas do céu.

- E a Lua o que é? Perguntou Eric.

- Bem a Lua eu acho que deve ser a lâmpada maior na rua onde Jesus mora.

- Mas por que na rua onde Jesus mora a lâmpada é maior? perguntou Eric.

- Ora, se todos nós vamos morar com ele uma dia, a casa dele é muito grande e precisa de lâmpada grande!

- É, pode ser mesmo. - concordou Eric.

Ainda olhando para o céu, Nana diz:

- As nuvens são os carrinhos que levam a gente. São tão diferentes...

- Veja Eric, como as lâmpadas estão piscando e parece que uma caiu.

- Veja, a Lua está pela metade.

- Chii, não estou acreditando na tua estória não...

Disse Eric arregalando os olhos para o céu.

- Pode ser que tenha estragado a luz, ora, até aqui em casa isso acontece!

- Sabe de uma coisa Eric, vamos ficar na janela, quem sabe poderemos dar um passeio até lá e ver de pertinho todo o céu!

Olhando firme para o céu, Nana disse:

- Veja Eric, são tantas as luzinhas, gostaria de ter uma só para nós.

Nisto, descendo rapidamente do céu, a estrelinha chegou até Nana e Eric, no parapeito da janela.

- Veja, Veja! Disse Eric entusiasmado. Nana imediatamente estendeu a mãozinha e pegou a luzinha que piscava muito.

Foi para a cama e sentou-se no meio dela. Antes colocou o Urso sentado no travesseiro pois assim ele ficaria mais alto.

- Veja Eric como brilha!

De repente parou de piscar.

Um clarão encheu a cama de Nana e, de uma portinha da estrela, saltou uma menina bem pequenina.

- Puxa é menor do que eu. - pensou Eric.

- Minha Nossa! Exclamou Nana assustada.

- Não se assustem - disse o ser pequenino.

- Meu nome é Érica, você me chamou - disse olhando para Nana - Eu vim!

- Mas você não é lampadinha? perguntou Nana.

- Não sou lampadinha. - disse Érica.

- Você mora no céu? perguntou Eric

- Isso mesmo, lá em cima.

- Ah então conte pra gente como é lá em cima.

- Bem, agora a noite todos estão dormindo como vocês deveriam estar.

- E as estrelinhas são lampadinhas das ruas como pensei? Perguntou Nana aflita por querer saber tudo.

- São. - disse Érica. Nossas ruas são todas iluminadas e muito limpinhas.

- Eu não disse, Eu não disse. - repetia Nana toda contente.

- Me diga uma coisa. - Disse Nana muito séria.

- Por que às vezes faz um barulho grande e chove bastante?

- Porque lá em cima e tudo muito limpo, e todos lavam as ruas. Jogam água nas flores, na grama e, às vezes, cai um pouco aqui também.

- Mas e o barulho? - perguntou Nana,

- É, e o barulho? repetiu Eric.

- São trombadas. Vocês nunca ouviram o barulho de uma trombada?

- Sim. - disseram os dois.

- Pois então, bate uma nuvem na outra e, às vezes, a trombada é tão forte que sai faísca.

- Érica, e a casa de Jesus, você conhece?

- Não, não conheço.

- Ora não é a maior de lá? Perguntou Eric espantado.

-Ouçam bem vocês dois. - respondeu Érica.

- Jesus não mora no céu.

- Não!? Disseram os dois ao mesmo tempo.

- Não. - repetiu Érica.

- ELE mora dentro de nós e está com a gente o tempo todo em nossos corações.

- Você quer dizer que Jesus mora dentro de nós, Érica? Onde? - perguntou olhando para si mesma surpresa.

- Já disse, no seu coração. - repetiu Érica.

- No meu coração. - disse Nana levando a mão ao peito.

- É isso mesmo, vejo que entenderam.

- Agora vou voltar que já é tarde.Vamos dormir, outro dia voltarei e contarei mais.

A porta do quarto foi aberta bem devagar. Era a mamãe que vinha para dar boa noite a Nana.

- Vejam só dormindo com a janela aberta!

- Veja só, o Eric sentado na janela!

Colocou o urso na cadeira, beijou a menina que dormia e saiu de mansinho.

Eric se ajeitou na cadeira e pensou;

- Quem sabe amanhã Érica volta e nos conta mais coisas do céu.

Colocou a mãozinha no coração, fechou os olhos e pensou:

- Vou cuidar para que eu mereça que ELE sempre more em mim...


Marlene B. Cerviglieri

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Tilili e a gatinha Mimi



A casa da esquina era impressionante. Desde a entrada com portões grandes circundados por arvores, até as janelas sempre abertas e o alvoroço de crianças que brincavam. Crianças felizes naturalmente pois se ouvia o riso no outro quarteirão.
Vovó são pessoas ricas que moram ai não é mesmo?
-Não sei meu querido, depende o que você acha que é ser rico.
-Ora vovó, eu acho que é ter uma casa muito grande, carro dinheiro...
-E o que mais me diga?
-Acho que isso e tudo disse Pedrinho.
-Vejo que você precisa aprender um pouquinho mais, faz tempo que não damos uma voltinha juntos não é mesmo?
-Vamos nos sentar a sombra daquela arvore, o banco lá já me conhece...
Assim avó e neto sentaram-se à sombra de uma linda quaresmeira uma árvore que dá flores muito lindas quase que o ano todo.
-Bem Pedrinho ser rico não é só do jeito que você pensa. As pessoas precisam sim de dinheiro, uma casa para morar e se possível um carro e dinheiro para comprar o que precisa. O problema está em querer muito, virar o que se diz ganancioso.
-Credo vovó o que é isso?
-Um dia você entenderá meu querido.-Mas voltando aquela casa que passamos tem uma historia muito bonita e você vai gostar.
Pedrinho arrumou-se todo para ouvir a avó.
-Lá moram cinco crianças, 2 meninos e três meninas. São crianças felizes vão as escolas e tem pais muito bons. É, você adivinhou, são ricos sim, mas excelentes pessoas. Na casa existe a Tilili, que é a cachorrinha deles, veio para a casa com dois meses e foi criada por eles. As crianças adoram Tilili. Certo dia apareceu na porta do casarão uma gatinha ainda bebezinho. Miava muito, pois tinha sido abandonada ali por alguém. As crianças imediatamente recolheram a gatinha e alimentaram-na com mamadeira. A mãe das crianças não queria que eles ficassem com Mimi, assim a chamaram as crianças. Pediram choraram, você sabe como criança faz não é mesmo?
Pedrinho meneou a cabeça num sim.
-Pois bem, sabe quem resolveu a questão?
-Não...
-Tilili adotou a gatinha como se fosse sua filhinha. Era engraçado ver a gatinha atrás dela. Ou dormindo bem juntinho dela. Afinal dizem que gato e cachorro não se dão bem, não é?

-E como foi vovó?
-As crianças foram dormir e a mamãe deles colocou a gatinha na soleira da porta na rua, pois Tilili deu um jeito de sair e trouxe a gatinha para dentro de casa. Os pais das crianças viram e ficaram emocionados.
Pedrinho estava encantado com a história.
-Sabe meu neto, mãe é a que cria alimenta leva na escola dá carinho, não importa se nasceu da barriga de outra pessoa.
-É mesmo vovó. Quer dizer que o Ditinho é seu filho então?
-Sim meu lindo, filho do meu coração.
-Existem filhos do coração vovó?
-Sim e muitos.
Eles precisam saber que são do coração e não da barriga.
-E o amor é igual das duas mães...
-Então eu quero arrumar duas mães vó, uma de barriga e outra de coração;
-Não brinque com isso Pedrinho,eu já sou sua mãe também.
-O que você também?
-Sim, as avós são segunda mãe, sabia?
-Puxa vovó como é gostoso conversar com você, aprendo tanta coisa.
E assim levantaram-se e continuaram a caminhada até o carrinho de pipoca que estava bem próximo.Pedrinho pensava;
Puxa tenho duas mães, sinto pena de quem não tem nenhuma.
-Vó posso te emprestar de vez em quando para......
-Sabia que vinha bobagem, vamos para casa Pedrinho.
É meus amiguinhos contem quantas mamães vocês tem, respeitem todas elas pois todas te amam do mesmo jeito. Sempre terão um lugar para você, em seu coração.
Beijo pra todos.

Marlene B. Cerviglieri

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O GRILO FALANTE
















A confusão estava armada e ninguém compreendia o que estava acontecendo. Foi aí, então, que apareceu o diretor da escola e começou a por ordem no que parecia ser uma briga, e das boas.

- Sentem-se todos e fiquem calados.

Esta era uma ordem que ninguém ousava desobedecer.

Todos sentados e então a professora começou a narrar o que estava acontecendo na classe.

- Bem - dizia ela - no meio da aula alguém assobia ou então faz um ruído que não consigo identificar, e quando paro para averiguar todos falam ao mesmo tempo. É uma loucura!

- Meninos - disse o diretor - quero um representante aqui na frente para prestar contas comigo e com a professora.

Ninguém levantou.

- Ouviram minha ordem?

- Siiiim. - responderam todos.

- E por que ninguém se levantou?

- Não sabemos...

- Como não sabem?

- Quero um de vocês aqui agora!

Nada acontecia. Então a professora falou novamente:

- Crianças, por favor, obedeçam ao senhor diretor.

- Estamos obedecendo - disseram.

- Como? Perguntou ela.

- Estamos sentados e devemos permanecer calados...

Nesta altura o diretor estava furioso.

- Tudo bem, tudo bem - disse bufando - ordem suspensa.

Imediatamente todos se levantaram e começaram a falar juntos, num alvoroço danado. Quando o diretor e a professora já iam tomar outra providencia, ouviu-se um estrondo vindo da janela.

- O que foi que aconteceu?

O silêncio foi imediato.

- Nada senhor diretor, apenas conseguimos fazer o grilo ir para fora pela janela.

- Grilo! Que grilo?

- O que estava incomodando a professora. Era um grilo falante e muito esperto. Custou mas ele saiu da classe, agora está lá fora.

O diretor coçou o queixo, olhou para a professora e disse:

- Bem professora, volte a aula agora e só me chame se o grilo falante voltar.

Lá atrás, nas últimas carteiras, um menino falava:

- chii, quietinho agora senão vamos ter que te colocar do lado de fora, entendeu?

E o grilo pulava dentro da caixinha que era do apagador de lousa da professora, é claro.

- Coisas de meninos. - pensava ela. E voltou para sua mesa resmungando:

- Grilo falante, onde já se viu!

quarta-feira, 2 de abril de 2008


A Festa no Circo

A cidade amanhecera em festa. Todos queriam achar um tempo para irem ao Circo. Havia chegado há já uns dois dias, prometendo dar um espetáculo de arromba. Fez um grande desfile pela cidade com todos os seus componentes. Seria uma festa mesmo! Quase todo ano eles chegavam na cidade e era um reboliço danado. Muitas pessoas aproveitavam para vender seus docinhos, e o pipoqueiro não vencia fazer tanta pipoca. Era muito interessante, pois o único animal que eles tinham eram os cavalos que puxavam as carroças. Havia trapezistas, bailarinas, homens voadores. Mulher de barba grande. Os palhaços então eram muitos cada um com uma roupa diferente. O mágico sempre nos surpreendia com seus truques. Faziam também um teatrinho com bonecos grandes quase perfeitos, e eram muitos engraçados mesmo.

Havia distribuição de brindes para todos, coisinhas simples, mas era uma alegria para nós. Naquele dia fui buscar pipoca que tinha acabado. Fiquei esperando até chegar o milho numa fila bem grande. Foi então que ouvi uma historia que me emocionou Um dos garotos que estava na fila, era do circo. Não sei o que ele fazia me parece que trabalhava com os bonecos no teatrinho. Foi então que alguém na fila perguntou;

- Por que vocês não têm animais no circo?

O menino olhou pensativo para todos nós e disse:

- Há muitos anos atrás este circo era dos avós do dono de hoje. Eles tinham animais. Leões, macacos. Cachorros amestrados, cavalos velozes. A bilheteira do Circo, que cuidava de vender os ingressos, ganhou um nenê muito lindo um belo menino. Todos nós moramos em trailer ou barracas. Ela foi para a bilheteria e deixou o bebê dormindo no trailer. Veio uma chuva muito forte, uma tempestade e o vento levou metade do Circo embora. Ficou tudo de pernas para o ar! Todos estavam amedrontados e apavorados. Ela chorava e pedia pelo filhinho, não se sabe onde estaria, pois o vento arrastou tudo. Foi quando viu a Chita, a macaca maior do Circo, carregando o seu bebê nos braços bem apertadinho. Foi até a mãe e o entregou. A mãe chorava muito e a macaca também. Todos se salvaram, mas metade dos animais se foi, assim como todos os filhotes da macaca. Daí em diante o Circo foi acabando com a apresentação de animais. Fizeram uma grande Festa no Circo depois para agradecer a vida de todos.

- Mas por que excluíram os animais para sempre? Perguntei.

- Porque são animais irracionais, aprendem o que lhe ensinamos para se apresentarem, apesar de terem o instinto de preservação, isto não é suficiente para que eles possam se defender quando acontece uma tragédia. Foi pensando em preservá-los que o Circo não os quis mais nas apresentações. Tentei imaginar os animais correndo tentando fugir sem saber o que fazer. Se nós que somos racionais no pânico ficamos perdidos, imaginem eles. Chegou a pipoca, e voltei para meu lugar ainda pensando no que ouvira. Mas a alegria voltou, A Festa no Circo foi maravilhosa!

terça-feira, 1 de abril de 2008


Assobio do Vento


Sopra o vento na colina
No meio das arvores a assoviar!
Fogem os pássaros assustados,
Do que não podem enfrentar.


Se aquietem passarinhos,
Que logo tudo vai passar.
Com a chuva dos céus,
A tormenta vai se acalmar!


Sai o sol a brilhar,
Aquecendo tudo outra vez.
E assim nossa bela natureza
Que a todos sempre vai ajudar.