sábado, 31 de maio de 2008




JOÃO E MARIA

Às margens de uma floresta existia, há muito tempo, uma cabana pobre feita de troncos de árvores, onde moravam um lenhador, sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria.
Na casa do lenhador, a vida sempre fora difícil, mas, naquela época, as coisas pioraram: não havia pão para todos.
— Mulher, o que será de nós? Acabaremos morrendo de fome. E as crianças serão as primeiras.
— Há uma solução... – disse a madrasta, que era muito malvada – amanhã daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos.
O lenhador não queria nem ouvir um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo.
No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a chorar.
— E agora, João? Sozinhos na mata, vamos nos perder e morrer.
— Não chore — tranqüilizou o irmão. — Tenho uma idéia.
Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da Lua e as escondeu no bolso. Depois voltou para a cama. No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.
— Vamos cortar lenha na mata. Este pão é para vocês.
Partiram os quatro. O lenhador e a mulher na frente, as crianças atrás. A cada dez passos, João deixava cair no chão uma pedrinha branca, sem que ninguém percebesse. Quando chegaram bem no meio da mata, a madrasta disse:
-— João e Maria, descansem enquanto nós vamos rachar lenha para a lareira. Mais tarde passaremos para pegar vocês.
Os dois irmãos, após longa espera, comeram o pão e, cansados e fracos, adormeceram. Acordaram à noite, e nem sinal dos pais.
— Estamos perdidos! Nunca mais encontraremos o caminho de casa! — soluçou Maria.
— Quando a Lua aparecer no céu acharemos o caminho de casa — consolou-a o irmão.
Quando a Lua apareceu, as pedrinhas que João tinha deixado cair pelo atalho começaram a brilhar, e, seguindo-as, os irmãos conseguiram voltar à cabana.
Ao vê-los, os pais ficaram espantados. O lenhador, em seu íntimo, estava contente, mas a mulher não. Assim que foram deitar, disse que precisavam tentar novamente, com o mesmo plano. João, que tudo escutara, quis sair à procura de outras pedrinhas, mas não pôde, pois a madrasta trancara a porta. Maria estava desesperada.
— Como poderemos nos salvar desta vez?
— Daremos um jeito, você vai ver.
Na madrugada do dia seguinte, a madrasta acordou as crianças e foram novamente para a mata. Enquanto caminhavam, Joãozinho esfarelou todo o seu pão e o da irmã, fazendo uma trilha. Desta vez afastaram-se ainda mais de casa e, chegando a uma clareira, os
pais deixaram as crianças com a desculpa de cortar lenha, abandonando-as.
João e Maria adormeceram, famintos e cansados. Quando acordaram, estava muito escuro, e Maria desatou a chorar.
Mas desta vez não conseguiram encontrar o caminho: os pássaros haviam comido todas as migalhas. Andaram a noite toda e o dia seguinte inteirinho, sem conseguir sair daquela floresta, e estavam com muita fome. De repente, viram uma casinha muito
mimosa. Aproximaram-se, curiosos, e viram, encantados, que o telhado era feito de chocolate, as paredes de bolo e as janelas de jujuba.
— Viva!— gritou João.
E correu para morder uma parte do telhado, enquanto Mariazinha enchia a boca de bolo, rindo. Ouviu-se então uma vozinha aguda, gritando no interior da casinha:
— Quem está o teto mordiscando e as paredes roendo?
As crianças, pensando que a voz era de uma menina de sua idade, responderam:
— É o Saci-pererê que está zombando de você!
Subitamente, abriu-se a porta da casinha e saiu uma velha muito feia, mancando, apoiada em uma muleta. João e Maria se assustaram, mas a velha sorriu, mostrando a boca desdentada.
— Não tenham medo, crianças. Vejo que têm fome, a ponto de quase destruir a casa. Entrem, vou preparar uma jantinha.
O jantar foi delicioso, e a velha senhora ajeitou gostosas caminhas macias para João e Maria, que adormeceram felizes. Não sabiam, os coitadinhos, que a velha era uma bruxa que comia crianças e, para atraí-las, tinha construído uma casinha de doces.
Agora ela esfregava as mãos, satisfeita.
— Estão em meu poder, não podem me escapar. Porém estão um pouco magros. É preciso fazer alguma coisa.
Na manhã seguinte, enquanto ainda estavam dormindo, a bruxa agarrou João e o prendeu em um porão escuro, depois, com uma sacudida, acordou Maria.
— De pé, preguiçosa! Vá tirar água do poço, acenda o fogo e apronte uma boa refeição para seu irmão. Ele está fechado no porão e tem de engordar bastante. Quando chegar no ponto vou comê-lo.
Mariazinha chorou e se desesperou, mas foi obrigada a obedecer.
Cada dia cozinhava para o irmão os melhores quitutes. E também, a cada manhã, a bruxa ia ao porão e, por ter vista fraca e não enxergar bem, mandava:
— João, dê-me seu dedo, quero sentir se já engordou!
Mas o esperto João, em vez de um dedo, estendia-lhe um ossinho de frango. A bruxa zangava-se, pois apesar do que comia, o moleque estava cada vez mais magro! Um dia perdeu a paciência.
— Maria, amanhã acenda o fogo logo cedo e coloque água para ferver. Magro ou gordo, pretendo comer seu irmão. Venho esperando isso há muito tempo!
A menina chorou, suplicou, implorou, em vão. A bruxa se aborrecera de tanto esperar.
Na manhã seguinte, Maria tratou de colocar no fogo o caldeirão cheio de água, enquanto a bruxa estava ocupada em acender o forno para assar o pão. Na verdade ela queria assar a pobre Mariazinha, e do João faria cozido.
Quando o forno estava bem quente, a bruxa disse à menina:
— Entre ali e veja se a temperatura está boa para assar pão.
Mas Maria, que desconfiava sempre da bruxa, não caiu na armadilha.
— Como se entra no forno? — perguntou ingenuamente.
— Você é mesmo uma boba! Olhe para mim! — e enfiou a cabeça dentro do forno.
Maria empurrou a bruxa para dentro do forno e fechou a portinhola com a corrente. A malvada queimou até o último osso.
A menina correu para o porão e libertou o irmão. Abraçaram-se, chorando lágrimas de alegria; depois, nada mais tendo a temer,
exploraram a casa da bruxa. E quantas coisas acharam! Cofres e mais cofres cheios de pedras preciosas, de pérolas...
Encheram os bolsos de pérolas. Maria fez uma trouxinha com seu aventalzinho, e a encheu com diamantes, rubis e esmeraldas.
Deixaram a casa da feiticeira e avançaram pela mata.
Andaram muito. Depois de algum tempo, chegaram a uma clareira, e perceberam que conheciam aquele lugar. Certa vez tinham apanhado lenha ali, de outra vez tinham ido colher mel naquelas árvores...
Finalmente, avistaram a cabana de seu pai. Começaram a correr naquela direção, escancararam a porta e caíram nos braços do lenhador que, assustado, não sabia se ria ou chorava.
Quantos remorsos o tinham atormentado desde que abandonara os filhos na mata! Quantos sonhos horríveis tinham perturbado suas noites! Cada porção de pão que comia ficava atravessada na garganta. Única sorte, a madrasta ruim, que o obrigara a livrar-se
dos filhos, já tinha morrido.
João esvaziou os bolsos, retirando as pérolas que havia guardado; Maria desamarrou o aventalzinho e deixou cair ao chão a chuva de pedras preciosas. Agora, já não precisariam temer nem miséria nem carestia. E assim, desde aquele dia o lenhador e seus filhos viveram na fartura, sem mais nenhuma preocupação.

sexta-feira, 30 de maio de 2008









O GATO DE BOTAS

Um moleiro, que tinha três filhos, repartindo à hora da morte seus únicos bens, deu ao primogênito o moinho; ao segundo, o seu burro; e ao mais moço apenas um gato. Este último ficou muito descontente com a parte que lhe coube da herança, mas o gato lhe
disse:
— Meu querido amo, compra-me um par de botas e um saco e, em breve, te provarei que sou de mais utilidade que um moinho ou um asno.
Assim, pois, o rapaz converteu todo o dinheiro que possuía num lindo par de botas e num saco para o seu gatinho. Este calçou as botas e, pondo o saco às costas, encaminhou-se para um sítio onde havia uma coelheira. Quando ali chegou, abriu o saco, meteu-lhe uma porção de farelo miúdo e deitou-se no chão fingindo-se morto.
Excitado pelo cheiro do farelo, o coelho saiu de seu esconderijo e dirigiu-se para o saco. O gato apanhou-o logo e levou-o ao rei, dizendo-lhe:
— Senhor, o nobre marquês de Carabás mandou que lhe entregasse este coelho. Guisado com cebolinhas será um prato delicioso.
— Coelho?! — exclamou o rei. — Que bom! Gosto muito de coelho, mas o meu cozinheiro não consegue nunca apanhar nenhum. Dize ao teu amo que eu lhe mando os meus mais sinceros agradecimentos.
No dia seguinte, o gatinho apanhou duas perdizes e levou-as ao rei como presente do marquês de Carabás. O rei ficou tão contente que mandou logo preparar a sua carruagem e, acompanhado pela princesa, sua filha, dirigiu-se para a casa do nobre súdito que
lhe tinha enviado tão preciosas lembranças.
O gato foi logo ter com o amo:
— Vem já comigo, que te vou indicar um lugar, no rio, onde poderás tomar um bom banho.
O gato conduziu-o a um ponto por onde devia passar a carruagem real, disse-lhe que se despisse, que escondesse a roupa debaixo de uma pedra e se lançasse à água. Acabava o moço de desaparecer no rio quando chegaram o rei e a princesa.
— Socorro! Socorro! — gritou o bichano.
— Que aconteceu? — perguntou o rei.
— Os ladrões roubaram a roupa do nobre marquês de Carabás!
— disse o gato. — Meu amo está dentro da água e sentirá câimbras.
O rei mandou imediatamente uns servos ao palácio; voltaram daí a pouco com um magnífico vestuário feito para o próprio rei, quando jovem.
O dono do gato vestiu-o e ficou tão bonito que a princesa, assim que o viu, dele se enamorou. O rei também ficou encantado e murmurou:
— Eu era exatamente assim, nos meus tempos de moço.
O gato estava radiante com o êxito do seu plano; e, correndo à frente da carruagem, chegou a uns campos e disse aos lavradores:
— O rei está chegando; se não lhes disserem que todos estes campos pertencem ao marquês de Carabás, faço-os triturar como carne para almôndegas.
De forma que, quando o rei perguntou de quem eram aquelas searas, os lavradores responderam-lhe:
— Do muito nobre marquês de Carabás.
— Com a breca! — disse o rei ao filho mais novo do moleiro. — Que lindas propriedades tens tu!
O moço sorriu perturbado, e o rei murmurou ao ouvido da filha:
— Eu também era assim, nos meus tempos de moço.
Mais adiante, o gato encontrou uns camponeses ceifando trigo e lhes fez a mesma ameaça:
— Se não disserem que todo este trigo pertence ao marquês de Carabás, faço picadinho de vocês.
Assim, quando chegou a carruagem real e o rei perguntou de quem era todo aquele trigo, responderam:
— Do mui nobre marquês de Carabás.
O rei ficou muito entusiasmado e disse ao moço:
— Ó marquês! Tens muitas propriedades!
O gato continuava a correr à frente da carruagem; atravessando um espesso bosque, chegou à porta de um magnífico palácio, no qual vivia um ogro que era o verdadeiro dono dos campos semeados. O gatinho bateu à porta e disse ao ogro que a abriu:
— Meu querido ogro, tenho ouvido por aí umas histórias a teu respeito. Dize-me lá: é certo que te podes transformar no que quiseres?
— Certíssimo — respondeu o ogro, e transformou-se num leão.
— Isso não vale nada — disse o gatinho. - Qualquer um pode inchar e aparecer maior do que realmente é. Toda a arte está em se tornar menor. Poderias, por exemplo, transformar-te em rato?
— É fácil — respondeu o ogro, e transformou-se num rato.
O gatinho deitou-lhe logo as unhas, comeu-o e desceu logo a abrir a porta, pois naquele momento chegava a carruagem real. E disse:
— Bem vindo seja, senhor, ao palácio do marquês de Carabás.
— Olá! — disse o rei — que formoso palácio tens tu! Peço-te a fineza de ajudar a princesa a descer da carruagem.
O rapaz, timidamente, ofereceu o braço à princesa e o rei murmurou-lhe ao ouvido:
— Eu também era assim tímido, nos meus tempos de moço.
Entretanto, o gatinho meteu-se na cozinha e mandou preparar um esplêndido almoço, pondo na mesa os melhores vinhos que havia na adega; e quando o rei, a princesa e o amo entraram na sala de jantar e se sentaram à mesa, tudo estava pronto.
Depois do magnífico almoço, o rei voltou-se para o rapaz e disse-lhe:
— Jovem, és tão tímido como eu era nos meus tempos de moço.
Mas percebo que gostas muito da princesa, assim como ela gosta de ti. Por que não a pedes em casamento?
Então, o moço pediu a mão da princesa, e o casamento foi celebrado com a maior pompa. O gato assistiu, calçando um novo par de botas com cordões encarnados e bordados a ouro e preciosos diamantes.
E daí em diante, passaram a viver muito felizes. E se o gato às vezes ainda se metia a correr atrás dos ratos, era apenas por divertimento; porque absolutamente não mais precisava de ratos para matar a fome...

quinta-feira, 29 de maio de 2008



As 12 princesas

Era uma vez um rei que tinha doze filhas muito lindas. Dormiam em doze camas, todas no mesmo quarto; e quando iam para a cama, as portas do quarto eram trancadas a chave
por fora. Pela manhã, porém, os seus sapatos apresentavam as solas gastas, como se tivessem dançado com eles toda a noite; ninguém conseguia descobrir como acontecia isso.
Então, o rei anunciou por todo o país que se alguém pudesse descobrir o segredo, e saber onde as princesas dançavam de noite, casaria com aquela de quem mais gostasse e seria o seu herdeiro do trono; mas quem tentasse descobrir isso, e ao fim de três dias e três noites não o conseguisse, seria morto.
Apresentou-se logo o filho de um rei. Foi muito bem recebido e à noite levaram-no para o quarto ao lado daquele onde as princesas dormiam nas suas doze camas.
Ele tinha que ficar sentado para ver onde elas iam dançar; e, para que nada se passasse sem ele ouvir, deixaram-lhe aberta a porta do quarto. Mas o rapaz daí a pouco adormeceu; e, quando acordou de manhã, viu que as princesas tinham dançado de noite, porque as solas dos seus sapatos estavam cheias de buracos. O mesmo aconteceu nas duas noites seguintes e por isso o rei ordenou que lhe cortassem a cabeça. Depois dele vieram vários outros; nenhum teve melhor sorte, e todos perderam a vida da mesma
maneira.
Ora, um ex-soldado, que tinha sido ferido em combate e já não mais podia guerrear, chegou ao país. Um dia, ao atravessar uma floresta, encontrou uma velha, que lhe perguntou aonde ia.
— Quero descobrir onde é que as princesas dançam, e assim, mais tarde, vir a ser rei.
— Bem, disse a velha, - isso não custa muito. Basta que tenhas cuidado e não bebas do vinho que uma das princesas te trouxer à noite. Logo que ela se afastar, deves fingir estar dormindo profundamente.
E, dando-lhe uma capa, acrescentou:
— Logo que puseres esta capa tornar-te-ás invisível e poderás seguir as princesas para onde quer que elas forem.
Quando o soldado ouviu estes conselhos, foi ter com o rei, que ordenou lhe fossem dados ricos trajes; e, quando veio a noite, conduziram-no até o quarto de fora. Quando ia deitar-se, a mais velha das princesas trouxe-lhe uma taça de vinho, mas o soldado entornou-a toda sem ela o perceber. Depois estendeu-se na cama, e
daí a pouco pôs-se a ressonar como se estivesse dormindo. As doze princesas puseram-se a rir, levantaram-se, abriram as malas, e, vestindo-se esplendidamente, começaram a saltitar de contentes, como se já se preparassem para dançar. A mais nova de todas, porém, subitamente preocupada, disse:
— Não me sinto bem. Tenho certeza de que nos vai suceder alguma desgraça.
— Tola!, replicou a mais velha. Já não te lembras de quantos filhos de rei nos têm vindo espiar sem resultado? E, quanto ao soldado, tive o cuidado de lhe dar a bebida que o fará dormir.
Quando todas estavam prontas, foram espiar o soldado, que continuava a ressonar e estava imóvel. Então julgaram-se seguras; e a mais velha foi até a sua cama e bateu palmas: a cama enfiou-se logo pelo chão abaixo, abrindo-se ali um alçapão. O soldado viu-as descer pelo alçapão, uma atrás das outra. Levantou-se, pôs a capa
que a velha lhe tinha dado, e seguiu-as. No meio da escada, inadvertidamente, pisou a cauda do vestido da princesa mais nova, que gritou às irmãs:
— Alguém me puxou pelo vestido!
—Que tola!, disse a mais velha. Foi um prego da parede.
Lá foram todas descendo e, quando chegaram ao fim, encontraram-se num bosque de lindas árvores. As folhas eram todas de prata e tinham um brilho maravilhoso. O soldado quis levar uma lembrança dali, e partiu um raminho de uma das árvores.
Foram ter depois a outro bosque, onde as folhas das árvores eram de ouro; e depois a um terceiro, onde as folhas eram de diamantes.
E o soldado partiu um raminho em cada um dos bosques. Chegaram finalmente a um grande lago; à margem estavam encostados doze barcos pequeninos, dentro dos quais doze príncipes muito belos pareciam à espera das princesas.
Cada uma das princesas entrou em um barco, e o soldado saltou para onde ia a mais moça. Quando iam atravessando o lago, o príncipe que remava o barco da princesa mais nova disse:
—Não sei por que é, mas apesar de estar remando com quanta força tenho, parece-me que vamos mais devagar do que de costume. O barco parece estar hoje muito pesado.
—Deve ser do calor do tempo, disse a jovem princesa.
Do outro lado do lago ficava um grande castelo, de onde vinha um som de clarins e trompas. Desembarcaram todos e entraram no castelo, e cada príncipe dançou com a sua princesa; o soldado invisível dançou entre eles, também; e quando punham uma taça de
vinho junto a qualquer das princesas, o soldado bebia-a toda, de modo que a princesa, quando a levava à boca, achava-a vazia. A mais moça assustava-se muito, porém a mais velha fazia-a calar.
Dançaram até as três horas da madrugada, e então já os seus sapatos estavam gastos e tiveram que parar. Os príncipes levaram-nas outra vez para o outro lado do lago - mas desta vez o soldado veio no barco da princesa mais velha - e na margem oposta
despediram-se, prometendo voltar na noite seguinte.
Quando chegaram ao pé da escada, o soldado adiantou-se às princesas e subiu primeiro, indo logo deitar-se.As princesas, subindo devagar, porque estavam muito cansadas, ouviam-no sempre ressonando, e disseram:
—Está tudo bem.
Depois despiram-se, guardaram outra vez os seus ricos trajes, tiraram os sapatos e deitaram-se. De manhã o soldado não disse nada do que tinha visto, mas desejando tornar a ver a estranha aventura, foi ainda com as princesas nas duas noites seguintes. Na terceira noite, porém, o soldado levou consigo uma das taças de
ouro como prova de onde tinha estado.
Chegada a ocasião de revelar o segredo, foi levado à presença do rei com os três ramos e a taça de ouro. As doze princesas puseram-se a escutar atrás da porta para ouvir o que ele diria.
Quando o rei lhe perguntou:
—Onde é que as minhas doze filhas gastam seus sapatos de noite?
Ele respondeu:
—Dançando com doze príncipes num castelo debaixo da terra.
Depois contou ao rei tudo o que tinha sucedido, e mostrou-lhe os três ramos e a taça de ouro que trouxera consigo.
O rei chamou as princesas e perguntou-lhes se era verdade o que o soldado tinha dito. Vendo que seu segredo havia sido descoberto,
elas confessaram tudo.
O rei perguntou ao soldado com qual delas ele gostaria de casar.
—Já não sou muito novo, respondeu, - por isso quero a mais
velha.
Casaram-se nesse mesmo dia e o soldado tornou-se herdeiro do
trono.
Quanto às outras princesas e seus bailes no castelo encantado...
Pelos buracos nas solas dos sapatos, elas continuam dançando até hoje...

quarta-feira, 28 de maio de 2008


A CASA DA BARATINHA

Vivia a Baratinha numa casa muito pequenina, no canto de uma sala de uma casa muito grande. A casinha era muito lindinha. Não havia separação tudo estava no mesmo espaço.

Por exemplo, a caminha dela estava num cantinho, era uma tampa de vidro toda forradinha de folhinhas de papel, que às vezes ela mordiscava a noite toda e, pela manhã, não tinha mais papel na caminha.

Tinha uma mesinha que era feita de uma caixinha de fósforo e em cima dela havia um vasinho de danoninho.

O tapetinho do chão era um pedacinho de pano todo pintadinho. A cozinha era muito limpinha. Não tinha fogão, pois a mamãe da Baratinha tinha lhe ensinado que era perigoso ter fogo por perto e mexer em fogão, então, nem pensar. Explicou sobre um tal gás que sai e que ela morreria sem ar.

Sendo assim tinha um armário para guardar sua comida. Este armário foi feito com palitos de sorvetes e tinha boas prateleiras. O banheiro era todo forrado de jornal.

A Baratinha era muito vaidosa e estava querendo um guarda-roupa para colocar em seu quarto e guardar suas roupas. Sendo assim, todo dia saia em busca de alguma coisa para sua casinha. Um dia viu os brinquedos guardados no porão e pensou:

- Ah, é lá que vou achar meu guarda-roupa.

Andou por tudo e finalmente encontrou o que procurava. Ficou muito contente com seu achado, um armário que tinha sido de uma bonequinha. Voltou para casa, pois já estava ficando tarde, tinha ficado muito tempo fora.

Na manhã seguinte, resolveu ir buscar o tal armário. Saiu devargazinho de sua casa como sempre fazia, pois tinha medo de ser vista e pega.

Conseguiu chegar até o porão e foi até o seu achado. Resolveu que iria abri-lo, pois não o tinha visto muito bem no dia anterior. Assim o fez. Que surpresa! Estava cheio de roupinhas lindas.

Era mais do que esperava, ficou mais contente ainda. Resolveu que levaria uma a uma para sua casa e por último o armário. Ah, o armário! Como faria? Era pesado!

- Não vou pensar nisto agora. – disse.

E levou todas as roupinhas para sua casa. Depois de todo este trabalho faltava ainda o armário. Tentou de todas as maneiras, mas percebeu que sozinha não conseguiria levá-lo. Que fazer agora?

- Preciso de ajuda ou ficarei sem o armário.

Assim sendo ficou muitos dias sem saber o que fazer. Sentada em sua casinha, muito pensativa, viu quando a vizinha dela, dna Formiga, passou várias vezes carregando alguma coisa.

- É um trabalho cansativo – pensou.

Mas devagar e sempre ela vai levando tudo para sua toca. Levantou-se e foi até o porão. Olhou bem para o armário de todos os lados, e finalmente teve uma idéia.

Tirou as gavetas, uma por uma, e foi levando-as devagar. Voltou e deitou o armário que ficou mais leve sem as gavetas e sem as tabuas de dentro, todo dia arrastava um pouquinho mais.

Ficava tão cansada que às vezes dormia no chão mesmo. Finalmente conseguiu levá-lo todo. Montou e arrumou todas as suas roupinhas dentro dele. Suspirou feliz porque conseguiu fazer o que queria resolvendo tudo sem se aborrecer e por ela mesma.

- É assim mesmo - pensava já sentadinha em seu quarto -, quando você quer alguma coisa tem que lutar por ela, ter paciência e devagar vai conseguindo tudo.

A pressa e a falta de paciência impede você de pensar e achar um meio de resolver o que está a sua frente. Devagar e sempre se chega aonde se quer. Podemos receber ajuda, mas nem sempre as pessoas estão disponíveis, pois cada uma tem a sua casinha para cuidar.

Marlene B. Cerviglieri

terça-feira, 27 de maio de 2008


O COELHINHO ESPERTO

Havia uma fazenda muito grande e linda. Todos que a visitavam ficavam encantados com tantos animais. Cada raça tinha seu próprio lar, quero dizer suas casinhas e ficavam juntos. Assim os porquinhos estavam sempre comendo e dormindo junto da mamãe porca. As vacas, que eram a maioria, ficavam num pasto muito amplo e criavam seus bezerrinhos. Bem afastado destes animais maiores, havia o galinheiro onde as galinhas botavam seus ovos e criavam seus pintinhos. Os patos também ficavam por perto, pois gostavam muito de dar uns mergulhos no lago próximo.

Bem lá embaixo numa descida ficavam os coelhinhos. Era uma coisa linda de se, ver as gaiolas grandes, e dentro todo o parquinho para eles brincarem.

Havia também a água corrente, muita verdura ali era colocada para que comessem. Vocês sabem que verdura é muito bom e devemos comer todo dia, assim o fazem os coelhinhos. Vejam como são espertos e saltitantes e têm muita força também. Bebem muita água e comem muita verdura e legumes. Bem, estou aqui para contar a história do coelhinho esperto não é mesmo?

Pois aqui vai: Uma manhã depois de se fartar de tanta verdura o coelhinho rajadinho, assim era chamado, pois era todo branco com algumas manchas pretas, resolveu sair da gaiola. Ah, pensou ele: quero dar uma voltinha par aprender alguma coisa mais. Saiu saltitante como são os coelhos, e foi parar bem no meio da floresta que havia na fazenda.

- Puxa que coisa maravilhosa! Quanta árvore e vegetação!

Ficou muito encantado mesmo, foi entrando cada vez mais. De repente surgiu um tatu... O coelhinho, que não conhecia nenhum outro bicho, levou um susto.

- Quem é você?

- Ora, sou o tatu! Respondeu.

O coelhinho chegou até perto, meio com medo e colocou o nariz no tatu.

- Coelhos são assim cheiram tudo.

- Puxa como você é duro!

- E você é mole. Respondeu o outro.

O tatu que era muito esperto e conhecia muitos bichos, riu do coelho.

- Veja, coelhinho, existe duro e mole...

- O quê? Perguntou o coelhinho.

- É, meu amigo, duro sou eu e mole é você.

- Ah, entendi. Quer dizer que existe diferença entre duro e mole.

- Sim, e você sente isto.

- Veja aqui outra diferença: Nós estamos embaixo da árvore, certo?

- Sim.

- E o nosso amigo lá, o passarinho, está em cima da árvore. Entendeu?

- Sim. Embaixo e Em cima.

Ficou feliz de aprender, disse adeus ao tatu e voltou pulando para sua casa.

- Meus irmãos - disse quando chegou -, aprendi muito hoje, sei agora o que é duro e o que é mole!

- Vejam - e foi dando instruções para seus irmãos -, coisas simples de se aprender.

- E você já sabe estas diferenças?

Se não souber leia novamente e o tatu irá explicar. Seja um coelhinho esperto!



Marlene B. Cerviglieri

sábado, 17 de maio de 2008









A Pequena Sereia

Muito longe da terra, onde o mar é muito azul, vivia o povo do mar. O rei desse povo tinha seis filhas,todas muito bonitas, e donas das vozes mais belas de todo o mar,
porém a mais moça se destacava, com sua pele fina e delicada como uma pétala de rosa e os olhos azuis como o mar. Como as irmãs, não tinha pés mas sim uma cauda de peixe. Ela era uma sereia.
Essa princesa era a mais interessada nas histórias sobre o mundo de cima, e desejava poder ir à superfície; queria saber tudo sobre os navios, as cidades, as pessoas e os animais.
— Quando você tiver 15 anos — dizia a avó — subirá à superfície e poderá se sentar nos rochedos para ver o luar, os navios, as cidades e as florestas.
Os anos se passaram... Quando a princesa completou 15 anos mal pôde acreditar. Subiu até a superfície e viu o céu, o sol, as nuvens... viu também um navio e ficou muito curiosa. Foi nadando até se aproximar da grande embarcação. Viu, através dos vidros das vigias, passageiros ricamente trajados. O mais belo de todos era um príncipe que estava fazendo aniversário, ele não deveria ter mais de 16 anos, e a pequena sereia se apaixonou por ele.
A sereiazinha ficou horas admirando seu príncipe, e só despertou de seu devaneio quando o navio foi pego de surpresa por uma tempestade e começou a tombar. A menina viu o príncipe cair no mar e afundar, e se lembrou de que os homens não conseguem viver dentro da água. Mergulhou na sua direção e o pegou já desmaiado,
levando-o para uma praia.
Ao amanhecer, o príncipe continuava desacordado. A sereia, vendo que um grupo de moças se aproximava, escondeu-se atrás das pedras, ocultando o rosto entre os flocos de espuma.
As moças viram o náufrago deitado na areia e foram buscar ajuda. Quando finalmente acordou, o príncipe não sabia como havia chegado àquela praia, e tampouco fazia idéia de quem o havia salvado do naufrágio.
A princesa voltou para o castelo muito triste e calada, e não respondia às perguntas de suas irmãs sobre sua primeira visita à superfície.
A sereia voltou várias vezes à praia onde tinha deixado o príncipe, mas ele nunca aparecia por lá, o que a deixava ainda mais triste. Suas irmãs estavam muito preocupadas, e fizeram tantas perguntas que ela acabou contando o que havia acontecido.
Uma das amigas de uma das princesas conhecia o príncipe e sabia onde ele morava. A pequena sereia se encheu de alegria, e ia nadar todos os dias na praia em que ficava seu palácio. Observava seu amado de longe e cada vez mais gostava dos seres humanos,
desejando ardentemente viver entre eles.
A princesa, muito curiosa para conhecer melhor os humanos, perguntou a sua avó se eles também morriam.
— Sim, morrem como nós, e vivem menos. Nós podemos viver trezentos anos, e quando “desaparecemos” somos transformadas em espuma. Nossa alma não é imortal. Já os humanos têm uma alma que vive eternamente.
— Eu daria tudo para ter a alma imortal como os humanos! — suspirou a sereia.
— Se um homem vier a te amar profundamente, se ele concentrar em ti todos os seus pensamentos e todo o seu amor, e se deixar que um sacerdote ponha a sua mão direita na tua, prometendo-te ser fiel nesta vida e na eternidade, então a sua alma se transferirá para o teu corpo. Ele te dará uma alma, sem perder a dele... Mas isso jamais acontecerá! Tua cauda de peixe, que para nós é um símbolo de beleza, é considerada uma deformidade na terra.
A sereiazinha suspirou, olhando tristemente para a sua cauda de peixe e desejando ter um par de pernas em seu lugar. Mas a menina não esquecia a idéia de ter uma alma imortal e resolveu procurar a bruxa do mar, famosa por tornar sonhos de jovens
sereias em realidade... desde que elas pagassem um preço por isso.
O lugar onde a bruxa do mar morava era horrível, e a princesa precisou de muita coragem para chegar lá. A bruxa já a esperava, e foi logo dizendo:
— Já sei o que você quer. É uma loucura querer ter pernas, isso trará muita infelicidade a você! Mesmo assim vou preparar uma poção, mas essa transformação será dolorosa. Cada passo que você der será como se estivesse pisando em facas
afiadas, e a dor a fará pensar que seus pés foram dilacerados.
Você está disposta a suportar tamanho sofrimento?
— Sim, estou pronta! — disse a sereia, pensando no príncipe e na sua alma imortal.
— Pense bem, menina. Depois de tomar a poção você nunca mais poderá voltar à forma de sereia... E se o seu príncipe se casar com outra você não terá uma alma imortal e morrerá no dia seguinte ao casamento dele.
A sereiazinha assentiu com a cabeça e, sem dizer uma palavra, ficou observando a bruxa fazer a poção.
— Pronto, aqui está ela... Mas antes de entregá-la a você, aviso que meu preço por este trabalho é alto: quero a sua linda voz como pagamento. Você nunca mais poderá falar ou cantar...
A princesa quase desistiu, mas pensou no seu príncipe e pegou a poção que a bruxa lhe estendia. Não quis voltar para o palácio, pois não poderia falar com suas irmãs, sua avó e seu pai. Olhou de longe o palácio onde nasceu e cresceu, soltou um beijo na sua
direção e nadou para a praia.
Assim que bebeu a poção, sentiu como se uma espada lhe atravessasse o corpo e desmaiou. Acordou com o príncipe observando-a. Ele a tomou docemente pela mão e a conduziu ao seu palácio. Como a bruxa havia dito, a cada passo que a menina dava
sentia como se estivesse pisando sobre lâminas afiadíssimas, mas suportava tudo com alegria pois finalmente estava ao lado de seu amado príncipe.
A beleza da moça encantou o príncipe, e ela passou a acompanhá-lo em todos os lugares. À noite, dançava para ele, e seus olhos se enchiam de lágrimas, tamanha dor sentia nos pés.
Quem a visse dançando ficava hipnotizado com sua graça e leveza, e acreditava que suas lágrimas eram de emoção.
O príncipe, no entanto, não pensava em se casar com ela, pois ainda tinha esperança de encontrar a linda moça que ele vira na praia, após o naufrágio, e por quem se apaixonara. Ele não se lembrava muito bem da moça, e nem imaginava que aquela menina muda era essa pessoa...
Todas as noites a princesinha ia refrescar os pés na água do mar. Nessas horas, suas irmãs se aproximavam da praia para matar a saudade da caçulinha. Sua avó e seu pai, o rei dos mares, também apareciam para vê-la, mesmo que de longe.
A família do príncipe queria que ele se casasse com a filha do rei vizinho, e organizou uma viagem para apresentá-los. O príncipe, a sereiazinha e um numeroso séquito seguiram em viagem para o reino vizinho.
Quando o príncipe viu a princesa, não se conteve e gritou:
— Foi você que me salvou! Foi você que eu vi na praia!
Finalmente encontrei você, minha amada!
A princesa era realmente uma das moças que estava naquela praia, mas não havia salvado o rapaz. Para tristeza da sereia, a princesa também se apaixonara pelo príncipe e os dois marcaram o casamento para o dia seguinte. Seria o fim da sereiazinha. Todo o seu sacrifício havia sido em vão.
Depois do casamento, os noivos e a comitiva voltaram para o palácio do príncipe de navio, e a sereia ficou observando o amanhecer, esperando o primeiro raio de sol que deveria matá-la.
Viu então suas irmãs, pálidas e sem a longa cabeleira, nadando ao lado do navio. Em suas mãos brilhava um objeto.
— Nós entregamos nossos cabelos para a bruxa do mar em troca desta faca. Você deve enterrá-la no coração do príncipe. Só assim poderá voltar a ser uma sereia novamente e escapará da morte. Corra, você deve matá-lo antes do nascer do sol.
A sereia pegou a faca e foi até o quarto do príncipe, mas ao vê-lo não teve coragem de matá-lo. Caminhou lentamente até a murada do navio, mergulhou no mar azul e, ao confundir-se com as ondas, sentiu que seu corpo ia se diluindo em espuma.

sexta-feira, 16 de maio de 2008


OS COELHOS TRABALHADORES


Um casal de coelhos, Dona Coelha e Seu Coelho, fizeram um buraco na grama do jardim e lá fizeram uma toca. Um buraco bem fundo com uma sala bem grande, porque pretendiam ser papai e mamãe de uma porção de coelhinhos.

Os coelhos têm sempre grandes famílias. Pêlos macios, grandes olhos e orelhas também muito grandes. Alem de um bonito rabinho. São da família dos roedores. Passam as horas a roer as gramas do quintal. Sabem quantos nasceram? Vamos contar? 34 coelhos estão na foto. Será que são todos do mesmo casal? Acho que não. Deve ser uma reunião de algumas famílias.

Tão bonitinhos, marrom e branco, e olhinhos vermelhos.

Uma grande família, e todos se querendo bem. Jesus sempre disse: "Por muito se amarem, conhecereis que são meus amigos também."

Vocês sabem que os coelhos comem de tudo o que é hortaliça. Nada escapa, tratando-se de ervas verdes. Aqui vemos um coelho comendo um repolho. Será que vai dar conta? Olha que o repolho é muito grande.

Aqui outro, come uma cenoura. Alias, as cenouras são o seu petisco predileto. É um legume rico em vitaminas e que as crianças deveriam comer bastante. Faz bem para os olhos e para a pele também. Os coelhos não são nada bobos e por isso enxergam longe. O pelo é macio, e são tão engraçadinhos, quando comem sua verdurinha. Quando crescidos, ajudam a construir as tocas.

Dizem que são trabalhadores, e na Páscoa que é a festa de Jesus "Ressurreição", eles pintam os ovinhos e trazem para as crianças comerem. Os ovos, são de leite, açúcar e chocolate. Cada dia eles trabalham mais para atender a maior número de crianças. Como são gostosos os ovos de Páscoa. E como eles sabem que a união faz a força. Por isso cada dia aumenta o número de coelhos trabalhadores.

Existem muitas raças de coelhos. O coelho angorá tem o pelo muito macio. Já o coelho orelhudo, tem as orelhas moles e caídas. Todos são lindos e podemos vê-los, nos parques e jardins zoológicos.

Os coelhos também são sociais. Isto é: Gostam de andar bem limpinhos, penteados e arrumadinhos para serem admirados. Assim, também, toda criança que estiver bem arrumada, limpa e penteada, todo mundo gosta.

quinta-feira, 15 de maio de 2008


A FAMÍLIA DOS PORQUINHOS

Em uma casinha na encosta da montanha, debaixo de umas mangueiras verdejantes, viviam uma família de porcos. A mãe e três porquinhos já crescidos. Eram eles jucá, jíca e jóca. Eram gorduchinhos e comilões. Logo de manhã, pediam comida para a mamãe. E era uma comilança sem fim. Ficavam tão estufados de comer, que deitavam-se de barriga para o ar, roncando, roncando.....

Mas certa vez, decidiram que iriam fazer um longo passeio e que iriam demorar na floresta.
Mamãe tentou persuadi-los a não fazerem tal passeio, porem em vão. Arrumaram suas trouxas com alguma comida e deram com os pés na estrada. A mãe ficou chorando com o lenço a lhes acenar adeus, recomendando cuidado. Eles se foram, prometendo cautela.
Chegando em uma clareira da floresta decidiram construir uma casinha. Um deles construiu logo uma casinha de sapé, com cobertura de palha. Era bonita, porem fraca na sua estrutura. Lá pela metade da noite, ouviram um uivo de estarrecer. Era o lobo da floresta que veio ataca-los. Com alguns sopros apenas, botou a casinha abaixo.
Os porquinhos assustados. Trataram de fazer outra casinha, desta vez com madeira cortada da floresta. Construíram-na com mais segurança e melhor acabamento. Pensando que estariam mais seguros.


Mas que surpresa. Durante a noite o lobo apareceu novamente e como era muito forte, com três assopradas, conseguiu derruba-las também.

Ao irmãos ficaram apavorados. E ainda por cima o lobo, ria-se deles. Que fazer, e como fazer. Lembraram-se da Mamãe que lhes advertira dos perigos que passariam.
Mas como eram valentes e perseverantes resolveram que iriam construir nova casa. Só que desta vez, o porquinho mais pratico, resolveu que a casa teria que ser feita de tijolos e cimento. Construiu uma bela casa, toda de alvenaria, isto é de tijolo, cimento e areia. Mediu tudo muito bem e amassou cimento com areia e água, para fazer liga e construiu com toda segurança a nova casinha.
Fez uma cozinha, uma sala, quarto e banheiro. Uma grande chaminé com lareira e tudo. A casa estava pronta, quando o lobo foi disposto a derruba-la. Eles lá dentro estavam fazendo uma sopa cheirosa para o jantar. O lobo assoprou, assoprou tanto, que ficou com a garganta doendo. Desta vez seu lobo, você se saiu mal. Até que enfim, os irmãos se saíram bem.
Os porquinhos, não mais se preocuparam com o lobo. Faziam as suas refeições, tranqüilos e despreocupados. O lobo que se danasse. Pelo lado de fora, o safado esperava em vão pêlos porquinhos.
Logo de manhã antes mesmo do sol sair, já estavam trabalhando na horta e o pomar que haviam feito. Depois fechavam-se em casa e faziam a comida com tranqüilidade. Eles sabiam que o lobo, só andava pela noite, e por isso não temiam vê-lo durante o dia. Mas mesmo assim era cautelosos.

Havia uma macieira, não muito longe, que estava carregada de frutos. Uma vez Jóca trepou no pé de maçã e estava apanhando frutas para levar em casa. Apareceu repentinamente o danado do lobo.

E disse: agoira eu te paguei. Espero você descer daí e vou te pegar. Jóca que não era bobo nem nada respondeu: Lobo, vamos ver se você pega esta maçã, e jogou-a longe. Enquanto o lobo corria par apegar a fruta, Jóca desceu depressa e correu para casa e trancou a porta. O lobo fora logrado pela inteligência do porquinho.

E a vida social dos irmãos, continuava muito bem. Tomavam seu banho, vestiam-se com primor, passeavam e viviam na sua casinha de alvenaria muito sossegados.

Até no circo de cavalinhos eles foram. Juca, Jíca e Jóca divertiram-se a valer. O lobo que se dane, diziam. Nós não temos medo de lobo nenhum. Estavam isso sim, com saudades da Mamãe. Logo que houver uma oportunidade, vamos visitai-la.

Quem sabe se ela não virá conosco disse Jucá.

Mas o lobo não havia deixado de pensar em comer aqueles porquinhos. Acharei um jeito. Vou estudar uma maneira de surpreende-los. Há! Já sei. Vou subir ao telhado e descer pela chaminé, e uma vez lá dentro..... Há! Eles me pagam.

Pensou e fez. Só que menosprezou a inteligência dos irmãos. Estes esperavam-no com o caldeirão de água fervente em baixo e prontos para o que der e vier.

Não deu outra. O lobo caiu no tacho de água fervendo e daí já se sabe. Ficou cozido no tacho.

"Quem com ferro fere, com ferro será ferido" Não é esse o velho ditado?

No outro dia, lá estava pregado na parede dos fundos da casa dos porquinhos, a pele do lobo. Ele que queria comer os irmãos, ficou sem a pele.

"FIZERAM A PELE DELE"

quarta-feira, 14 de maio de 2008


A ONCINHA AMBICIOSA

Certo dia, a oncinha amanheceu muito triste, muito pensativa. Olhava indiferente os regatos de águas cristalinas, as árvores frondosas, os pássaros de plumagem multicor, que cantavam cheios de alegria. Não quis nem almoçar. Ela que geralmente tinha bom apetite. Seus pais ficaram bastante preocupados com a onçinha.

Sentados na frente de sua casa, mamãe e papai, cuidavam da criação do pomar e das flores.

Dona onça trazia um cafezinho para o Papai, que fumava o seu cachimbo.

_Que será que ela tem, perguntou a mãe onça ao seu companheiro. Não sei respondeu ele, intrigado. A dias que a pequena está aborrecida. Vive olhando a floresta e os rios, tão desanimada! Ontem mesmo, quando apanhei uma gazela, não quis provar nem um pedacinho! Com certeza está doente. É preciso ver o que há.

_Não, não é nada disso, tornou a mãe onça; eu acho que o que a pequena sente é saudades, saudades de alguma coisa que eu não sei o que seja....

_Mas tem tudo o quanto quer, tornou o companheiro. Sou um pai exemplar que lhe faz todas as vontades. É verdade, concordou ela. Esta tarde, vou perguntar-lhe qual o motivo que a aflige.

Infelizmente a oncinha, andava de um lado para outro, olhando tristemente aos atalhos da mata. Depois sentindo-se cansada, deitou-se à sombra de uma árvore, a beira de um regato. Aquele mesmo que costumava visitar quase todos os dias. E ali ficou muito pensativa. Sua mãe foi ao seu encontro. Vamos voltar para casa e ali conversar. Sentada em um banco, bem na frente de sua casinha, mamãe falou:

_Minha filha, disse ele carinhosamente abraçando- a Que se passa com você ? Sente alguma coisa? Qual a razão dessa tristeza? Você era tão alegre!

_Não é nada mamãe, tenho apenas uma vontade louca de conhecer outras terras.

_Por que, filhotinha? Você não se sente feliz aqui?

_Sinto-me, mas.. Eu gostaria tanto de ver as cidades, as pessoas que vivem ali, outros bichinhos enfim ver outras paisagens.

_Minha filha, agente deve estar contente onde Deus nos coloca. Fora dito aqui, pode ser perigoso. Acho melhor não sair de perto de nós que somos os seus pais.

_Oh! por favor, não me prenda, deixe-me ir, implorou ela.

_Bem, minha filha, já que não quer ficar, disse-lhe a mãe com lagrimas nos olhos, pode ir. No dia seguinte a oncinha levantou-se bem cedinho, despediu-se de seus pais e partiu. Caminhou quatro dias e quatro noites, e na manhã do quinto dia avistou uma grande cidade.

Começou a andar pelas ruas, olhando admirada por todos os lados. Que coisa estranha, pensava ela, vendo casas muito altas, bondes, automóveis, e carroças, que cruzavam a todo instante, cheios de gente. Mas a medida que a oncinha caminhava, todos se afastavam horrorizados. Percebendo isso, a pobrezinha falou, toda cheia de mesuras: Não fujam de mim, eu não lhes vou fazer mal algum. Mas quanto mais ela falava mais eles saiam correndo. Uns subiam nos automóveis, outros nos bondes, e outros entravam nas casas, fechando as portas.

_É uma onça, gritavam apavorados. Cuidado, ela morde! Ela é capaz de matar.

Ouvindo os homens, ela compreendeu que eram realmente de raça diferente da sua, pois falavam uma língua que ela desconhecia. Eles também não devem me entender, pensou com tristeza. É melhor abandonar esta terra, e voltar à minha floresta. Mamãe tem toda razão. Devo voltar. Lá sou respeitada. Contudo mal tinha tomado essa decisão, viu-se cercada de todos os lados, por homens truculentos que traziam grossas cordas nas mãos. Muito assustada, a pobrezinha nem sabia o que fazer. Deixem-me, suplicava ela, desesperada. Eu quero voltar para a minha floresta. Quero viver junto aos meus pais. Deixem-me por favor. Nunca mais virei aqui. Mas o seu pedido de nada valeu, porque ninguém a compreendia. Continuaram a ameaça-la com os laços, mas precavidos, porque sentiam medo também. Finalmente depois de muito trabalho, conseguiram aprisiona-la, levando-a para um circo, fechando-a numa jaula de ferro.
A pobrezinha ao ver-se fechada naquela gaiola, debatia-se como uma louca, procurando sair. Compreendendo que todo o seu esforço seria nulo, pois os ferros eram muito fortes. Pôs-se a chorar amargamente. Se eu tivesse seguido os conselhos de minha mãe, não estaria agora sofrendo. Nunca mais verei mês pais. Morrerei sozinha, longe deles, que eram tão bons para mim. Oh! meu Deus que farei? Realmente, depois daquele dia a vida da oncinha foi um verdadeiro martírio.
Todos os dias o macaco ia visitá-la, comendo uma banana. O jaburu estava na jaula ao lado e consolava-a, dizendo. Não chores, um dia você ficará livre disso, podes crer. Todos os dias o domador obrigava-a a andar só com as patas traseiras. A subir numa grande bola. E quando a coitada perdia o equilíbrio, chicoteava-a sem dó e nem piedade. Algumas vezes as suas carnes chegavam até a sangrar, tal a violência com que lhe batia. Quando a oncinha já conseguia ficar de pé em cima da bola, o empresário do circo marcou o dia da estréia, em que ela deveria aparecer em público.
Esse grande espetáculo foi anunciado pela cidade inteira, com bandas de música e enormes cartazes coloridos, com o retrato do belo animal. Todos esperavam ansiosos a chegada do grande dia. Na cidade não se falava em outra coisa, a não ser nas habilidades da oncinha prodigiosa. Será uma coisa jamais vista, comentavam uns. Imagine, uma onça andar em cima de uma bola! Será uma coisa divertida, apartavam outros. Mas...uma surpresa, lhes estava reservada. Na véspera da estréia, estando o domador muito cansado, ao encerrar a oncinha na jaula, não fechou bem a porta.
O bichinho muito esperto, percebendo isso, esperou pacientemente que a noite chegasse, para fugir. Felizmente quando as trevas vieram, foram acompanhadas de um tremendo temporal, que obrigou a todos se recolherem em suas casas.

A onça vendo-se sozinha, empurrou a porta e saiu sorrateiramente sem que ninguém a visse. Depois pôs-se a correr em disparada, e só parou quando se viu fora de perigo. Sentindo-se a salvo, continuou vagarosamente, parando aqui ou ali, para comer e beber.
Finalmente, depois de muito andar, chegou a casa de seus pais, Eles a receberam de braços abertos, e ficaram muito contentes por ela ter voltado. Nunca mais deixarei de ouvir os seus conselhos- disse a oncinha, abraçando a sua mãe. Nunca deveria Ter saído do meio dos meus. Aqui é que é o meu lugar. Aqui é que devo viver...

terça-feira, 13 de maio de 2008


A FAMÍLIA DAS TARTARUGAS

No meio de uma grande e linda floresta no meio de enormes pedras, morava um casal de tartarugas.

Dona Dodó e Seu Zico viviam muito tristes, porque não tinham filhos. Sua casa estava sempre silenciosa, sem qualquer barulho de tartaruguinhas brincalhonas.

Certa tarde Dona Dodó foi visitar sua comadre Dona Coelha e conversaram bastante sobre a vida. Dona Dodó falou da tristeza de não ter filhotinhos em casa. Dona Coelha ao contrário dizia que tinha muitos coelhinhos. Era uma alegria vê-los brincando na grama verde do quintal.

Seu Zico foi pescar junto com o Sapo e o Esquilo que eram bons companheiros de pescaria. Tinham um pesqueiro na barranca do rio. Lá divertiam-se a valer. Voltavam sempre com muitos peixes para as mamães fritarem.

Dona Dodó despediu-se de comadre Coelha e voltou para casa. Teve uma surpresa tão grande que quase desmaiou. Na Sua pequena toca, entre as grandes pedras, estavam cinco lindas tartaruguinhas, chorando de fome.

Dona Dodó, esperou seu Zico chegar da pescaria e conversou com ele sobre as tartarugas.

Estavam assustados. De repente apareceram cinco de uma só vez. Estavam alegres, com o acontecido.

Que bom, Deus nos mandou estas lindas tartarugas. São os filhos que não tivemos.

Agora já temos alegria e barulho com as crianças brincando, disse o Seu Zico.

Mas como eles iriam continuar morando em uma casa tão pequena, com tantas tartaruguinhas. Teriam que se mudar.

Procuraram .... Procuraram....E nada de encontrar, um casa maior para todos morarem.
Conversando com Dona. Onça Pintada, ficou sabendo que ela tinha uma casa bem maior para alugar. Só que Dona Onça queria de aluguel 10 pés de alface por mês . Ficaram felizes por alugar a casa de Dona Onça, mas teriam que trabalhar bastante, para poder pagar o que a dona da casa queria, além de terem que sustentar as pequenas tartarugas.

Os dias foram passando, Papai e Mamãe, andavam muito cansados, de tanto trabalhar na horta. Faziam canteiros e mais canteiros de verduras e legumes. Apanhavam verdura para os filhotes e para Dona Onça.

Em uma noite de chuva ao voltarem para casa, não encontraram os filhinhos. Levaram um enorme susto.

Onde estarão as crianças? Perguntava a mamãe aflita.

Não se assuste disse o papai.- eles devem ter ido para perto do rio brincar, e se esqueceram de voltar para casa.

Uh...Uh....Chorava Dona Dodó,

_Eu quero as minhas crianças. Procuraram por todos os lugares, sem encontra-los. Nem sinal deles. Mamãe Tartaruga, já estava cansada de procurar.

Em seguida, avistaram lá ao longe as tartaruguinhas que vinham carregando braçadas de verduras.

Meus filhos, meus queridos filhinhos onde andaram perguntou Dona Dodó enxugando as lágrimas.

Seu Zico foi encontra-los para saber o que tinha acontecido.

_Papai, Mamãe não se aborreçam disse a tartaruguinha maior.

_Vejam o que nós trouxemos, disse a outra, mostrando um lindo maço de alface.

_Meus filhos, não deviam sair de casa assim, sem avisar.

_Mas mamãe, nos só queríamos ajudar. Nós fomos trabalhar, para colher mais alfaces e ajudar a pagar o aluguel. Fizemos uma horta perto do rio e colhemos verduras e legumes para cooperar com nossos queridos Pais.

_Dona. Dodó e Seu Zico ficaram contentes, pois viram que seus queridos filhotes, já estavam crescidos e podiam ajuda-los a trabalhar. Mais contentes ficaram ainda por ver que eles gostavam de ajudar aos Pais, fazendo algum serviço. Isto é COOPERAÇÂO.

segunda-feira, 12 de maio de 2008


Os três amiguinhos

No fundo de uma floresta, viviam um sapinho e um cachorrinho.

Apesar de serem tão diferentes, eram muito amigos.

Certo dia, andavam eles brincando, quando encontraram um bichinho todo enroscado encolhido, à sombra de uma árvore.

"É uma oncinha" — disse o sapo, meio assustado.

Mas o cachorrinho logo explicou: "Não, é um gatinho."

E realmente era um gatinho de pelo macio amarelo com manchas escuras que se parecia com as oncinhas de dona onça.

"Você quer brincar conosco?" - perguntou o sapinho.

O gatinho rosnou amigavelmente. Estava muito só e não tinha com quem brincar; por isso aceitou logo o convite que lhe faziam

Daquele dia em diante, andavam sempre juntos pela floresta, brincando, passeando ou procurando o que comer. Onde estava um por certo estavam os outros.

Certa manha quando acordaram, cachorrinho falou:

"Vamos fazer uma excursão?"

"Boa idéia" - respondeu logo o sapinho.

Mas gatinho, perguntou muito admirado.

"Excursão? O que é isso?"

"Ora, excursão é o mesmo que passeio, um grande passeio" – explicou o sapinho, todo importante e continuou sorrindo.

Cachorrinho gosta de falar difícil.

Gatinho nada disse, e embora não lhe agradasse tal passeio ,um grande passeio levantou-se logo e partiu com os amigos.

Caminharam....caminharam....caminharam. Sapinho e cachorrinho divertiram-se a

Valer, pulavam, atravessavam caminhos subiam morros ....Mas gatinho não estava gostando nada de nada e perguntava se o lugar do piquenique estava próximo e os amigos riam e respondiam

"É logo ali. Não demora...Daqui a pouco chegaremos lá."

Gatinho estava cansado, andando sempre atras dos outros. Para descansar um pouco, parava para tirar areia dos pelos ou arrumar a trouxa do lanche.

Quando chegaram ao alto de uma montanha, perguntou feliz , pensando que iriam parar:

"É aqui, não?"

"Não, é um pouquinho mais adiante" — disse-lhe o sapo.

Sapinho e cachorrinho continuaram a andar cantando.

Chegaram enfim. Era um lugar maravilhoso! Havia uma cascata de água bem branquinha.

O sapo e o cachorrinho meteram-se debaixo da água, deliciados. Mas se havia coisa de que o gatinho não gostava era água... E aquela cascata certamente era fria.

"Vem!" - Gritou sapinho.

"Vem!" - Gritou cachorrinho.

Gatinho entretanto, continuava olhar a água , horrorizado.

"Não, não ! Não posso!...Tenho medo!...A água me faz mal!..."

E o gato todo assustado, procurava afastar-se da cascata.

Cachorrinho e sapinho então resolveram : Obrigariam gatinho a tomar banho. E assim terminariam com a historia de que gato não gosta de água.

E se isso combinaram, isso fizeram. Logo que viram gatinho distraído, deram uma corrida e-zas

Empurraram-no para a cascata

O susto do gato foi tanto que ele ficou sem voz. Pulava e esperneava embaixo da água e quando conseguiu livrar-se dos companheiros saiu disparando como um doido....

A principio sapinho e cachorrinho acharam graça, e divertiram-se com o susto do amigo.

Quando ao fim do dia chegaram em casa gatinho estava tão cansado que mal podia caminhar.

Jogou-se sobre uma caminha de folhas secas. Tremia e espirrava que fazia dó.

O sapo e o cachorrinho tiveram pena dele. Ficaram preocupados e faziam tudo para aquecer o amigo. Sapinho juntava folhinhas para amaciar-lhe a cama, enquanto cachorrinho esfregava-lhe o corpo, para esquenta-lo.

Gatinho ficou em casa alguns dias , com febre . Seus amigos nem tinham vontade de brincar.

Estavam muito tristes. Quando gatinho melhorou e sorriu para eles, sapinho e cachorrinho respiraram aliviados. Gatinho não lhes queria mal! Não estava zangado com eles!

Envergonhados com o que haviam feito , resolveram que daquele dia em diante, teriam mais cuidado com as brincadeiras.

E assim sapinho e cachorrinho continuaram a ser os melhores amigos do gatinho.

domingo, 11 de maio de 2008


O Amigo Invisível





Dois bichinhos, um caracol e um grilo, conversavam animadamente sobre o tempo. O grilo dizia que não chovia há muito tempo e que a terra estava tão seca com os arbustos tão tristes, por causa da falta de água.

Nisto ouviram um choro tão alto e sem parar.

_Quem estará chorando assim? Disse o caracol para o grilo.

_Vamos ver o que há.

Saíram da toca, onde moravam em sociedade e perfeita harmonia e qual não foi a surpresa ao avistarem uma menina que chorava sem parar.

O caracol logo perguntou: ei amiga, qual é o galho?

_Buááá......Chorou alto, é o meu irmãozinho, que se afastou de mim e se perdeu....

_Hei... pare com isso... desespero é pior, disse o grilo.

_Será que vocês podem me ajudar?

_Nós não...mas sei quem pode, disse o caracol.

_Vamos fazer uma oração.

_E a oração vai trazer meu irmão?

_Ora a oração não...mas sua vibração positiva, atrairá amigos do espaço, que virão em nosso auxilio.

_Senhor, disse o caracol e o grilo, permiti que sejamos ouvidos....para auxiliar esse irmãozinho que se encontra perdido.

_E eu endosso! Disse a menina.

De repente eis que surge uma luz e o grilo logo viu e sentiu uma grande emoção.

O caracol disse:

_Olá, irmão...

A menina incrédula disse:

_Num to vendo nada.

_Nem poderia...os olhos humanos não captam as imagens fluidificas e chega de papo, mentalize o que você quer.

Disse o caracol ao grilo:

_Observe que ela nem percebeu...que foi auxiliada por nosso amigo espiritual.


Enquanto isso o irmãozinho perdido dizia.

_Gozado....tô tendo a intuição de que devo ir por este lado. Sinto que minha irmã, está por aqui.

E estava mesmo. Os dois irmãozinhos saíram de braços dados pela estrada afora e os dois amigos: o caracol e o grilo ficaram felizes, por praticarem uma boa ação.

FIM

sábado, 10 de maio de 2008


"A Violeta"

Em uma casa muito grande, cercada de imenso jardim colorido, onde o clima permite que as flores se abram durante todo o ano, tem-se a impressão de uma orquestra executando a canção da Primavera.

Desse jardim maravilhoso é o encanto dos felizes moradores da casa, principalmente das crianças, que fazem dele um parque de diversões; brincam, correm, jogam bola no gramado, andam de bicicleta e carrinho.

Contudo , não são apenas esses os moradores do grande jardim. Há também as flores, os insetos, que trabalham e brincam em silêncio, porque só entre eles se entendem. Porem eles falam e vivem como nós. Vamos entrar no jardim e ficar bem escondidos para não assusta-los e, assim poderemos ouvir o que dizem e ver o que fazem. Estamos no fim da tarde, num dos caminhos do jardim. O sol já se vai escondendo de mansinho, enquanto as flores e as árvores se preparam para receber a noite e o repouso.

Bandos de andorinhas voam em direção aos seus ninhos. Os pássaros se abrigam nos galhos das árvores.

Tudo parece em movimento. Somente as crianças continuam brincando sem perceber o que se passa no jardim, quando a rosa vermelha diz :Ah! Que linda tarde! Não é mesmo queridas amigas?

Realmente! Responderam as flores vizinhas. –Vamos Ter uma noite linda.

A rosa vermelha suspira: "Que pena! a noite vem me obrigar a dormir Gosto tanto da luz do dia, porque ela faz com que todos me admirem!"

Minha prima você é sem duvida mito bonita, mas isso não é motivo para tanta vaidade, falou a rosa branca.

"Ora , rosa branca , você então não sabe que nós as rosa vermelhas , somos as flores mais procuradas e admiradas Somos nós que enfeitamos as casas ! E é o nosso perfume o mais gostoso!" – Todas as outras flores desaparecem diante de nossa beleza.

Protesto, exclama uma linda Orquidia, eu não sou isso que você disse. Apenas me utilizo das plantas maiores para ficar mais alta e poder receber a luz do sol. Não prejudico a ninguém. –Não seja vaidosa prima! Fala a rosa branca, Lembre-se que Deus nos criou de acordo com sua sabedoria e não devemos brigar por causa disso. Somos todas irmãs e todos gostam de nós.

Rosa branca tem razão diz o grande cravo amarelo!

Devemos viver em harmonia! Vejam a violeta por exemplo! È a flor que há em maior quantidade neste jardim e, entretanto a ninguém incomoda, todos a respeitam e estimam porque nunca se vangloriou apesar de ser muito apreciada.

"Oh! O senhor está defendendo essa florzinha insignificante que vive ai metida nessas folhas e sem mostrar-nos suas pétalas tão pequenas, Imaginem quem há de gostar de uma flor roxa?"

Senhora Rosa Vermelha ,por favor! Exclamou o Cravo Amarelo, Se defendo a violeta é porque a estimo, garanto que todos fariam isso.

"Sim ,sim dizem todas , nós também a defenderemos."

"Obrigada, amigas, obrigada" - agradece a violeta comovida.

Olhem só! Diz a Rosa Vermelha, essa violetazinha que vive escondida pare que ninguém veja sua feiura, quer se fazer agora de boazinha. Enquanto o nosso perfume e beleza se espalham pelos ares, a violetazinha sem perfume nem sequer se mostra, é mesmo sem graça!

"Engana-se minha cara!" - fala a Rosa Branca. Violeta tem um perfume muito mais delicado que o nosso, e é muito bela, apesar de pequenina . É a flor que demostra maior sentimento, mais sinceridade quando é dada a alguém, porque é simples e humilde.

"Ora, como ousas falar-me assim!"

Nisso, a Rosa Vermelha interrompe-se e todos se calam porque duas crianças se aproximam,

Oh! Que bela Rosa Vermelha ! exclama uma delas, e estende o braço para segurá-la.

Logo porem o tira , com um grito de dor. –Tão linda e tão má, maninho , machucou-me o dedo! Mostrando o dedinho picado e saindo sangue.

As Rosas são assim mesmo maninha, diz o menino. Eu prefiro as violetas. Veja quantas!

Estas são lindas e não machucam ninguém. E colhendo um raminho de florzinhas, deu-as a irmã, e os dois afastaram-se sorrindo

Viu minha prima? Fala a Rosa Branca.- A Humildade da violeta a fez mais apreciada

Rosa Vermelha reconheceu seu erro e desculpou-se com as amigas que sorriram, compreendendo que todos nós temos rosas e violetas no coração.

sexta-feira, 9 de maio de 2008


O Porquinho Marrom

Era uma vez um lindo porquinho chamado Ventura.Era o mimoso da casa. Andava pelo pátio atrás das crianças, brincando com o gato, associava-se a canja do totó e em todos os lugares era bem recebido.

Mas, apesar de tudo isso, porquinho Ventura, não andava satisfeito. È que ele era muito guloso e a muito vinha cobiçando umas laranjas bem madurinhas que avistou num quintal muito longe de onde morava.

Pensava tanto nelas que ultimamente andava triste, triste

Seus amigos prediletos: a gatinha Mimi e o cachorrinho Totó preocupavam-se só de vê-lo assim,só pensando naquelas laranjas

Au Au, dizia totó meio zangado. Não sabes então que aquelas frutas são do vizinho?

Miau Miau! Aconselhava Mimi, lembra-te Amigo , é feio e perigoso pegar o que é dos outros.

Porquinho Ventura baixava a cabeça meio envergonhado. Sabia que seus amigos tinham razão e que ninguém gostava de bichinhos que mexessem nas coisas alheias. Suspirava então. As laranjas estavam tão madurinhas!...E fazia mil promessas de não tocar nelas.

Um dia, porem, Ventura resolveu passear sozinho.Atravessou o quintal e saiu estrada afora.

Ora correndo atrás de uma borboleta, ora fuçando uma terrinha gostosa, foi-se afastando sem notar que estava longe demais. De repente parou preocupado. Grossas nuvens apareciam no céu e um vento frio começou a soprar. Aproximava-se um temporal.

Porquinho Ventura assustou-se, quando ouviu o primeiro trovão "Tenho que voltar depressa para casa’’

E girando nas patinhas começou a correr

"Vou atalhar por este campinho, pois ficará mais perto." Mas para passar pelo tal campinho , precisava atravessar uma cerca de arame farpado e o coitado do Ventura quase ficou com o seu rabicho preso .

Não há de ser nada murmurou ele corajosamente, coçando o rabinho todo arranhado.

A chuva porem não esperou a cair. Ensopado até os ossos, Ventura teve que procurar um abrigo até que passasse o temporal. Foi então que avistou ao longe uma árvore. Era o único refugio que havia por ali Num instante achou-se todo encolhido em baixo da árvore, enquanto a chuva caia em grossos pingos.

Nisto tudo passou como por encanto e o bondoso sol surgiu como por encanto no céu azul.

Porquinho Ventura levantou-se resolvido a ir embora para casa, bem depressa. De repente sentiu um cheirinho muito seu conhecido. Levantou o focinho. Que maravilha! Lá estavam naquela mesma árvore as laranjas que tanto cobiçava! E como eram madurinhas e cheirosas!

De boca aberta e olhos brilhando de cobiça, Ventura não pode se conter Quando percebeu já estava subindo na laranjeira Ao chegar estalou a língua gulosamente e estendeu a patinha, pronto para apanhar a maior e mais madura de todas as laranjas.

Então que horror! Resvalou no tronco molhado, perdeu o equilíbrio e caiu ...caiu... caiu numa tina cheia de tinta marron.

Que é isto? Onde fui cair? Gritou ele muito assustado. Saltando para fora da lata e sacudindo-se com força. Mas de nada serviram as suas sacudidelas. Ficara todo amarronzado. Ventura nem quis saber das laranjas e tratou de ir para casa, a fim de limpar-se.

Porém ai é que foi o pior ninguém o reconheceu assim pintado de marron.

Todos fugiram, cheios de medo. Gatinha Mimi quase arranhou-lhe o focinho, e por um pouco, cachorrinho Totó não lhe mordia o rabichinho. Só quando Ventura falou, é que foi reconhecido. Então os amigos ficaram com muita pena do que lhe acontecera e trataram de lavá-lo. Então os amigos, esfregaram, esfregaram...mas a tinta não saiu mesmo. Resultado ninguém o chamou mais por Ventura. Era agora conhecido pelo nome de " porquinho Marron.

E nisso muito o entristecia, porém não tanto como a lembrança da feia ação que havia praticado.

quinta-feira, 8 de maio de 2008


A BORBOLETA GIGANTE.

Certa vez uma lagarta adormeceu.

Vocês sabem o que é uma lagarta? É um desses bichinhos que se arrasta pelo chão. Não, não é minhoca! É mais curta e tem umas perninhas . Pois é, nossa pequena lagarta adormeceu , mais foi um sonho diferente. Não aconteceu como das outras , quando ia dormir de noite e acordava no dia seguinte Agora o sono durou mais tempo

E não imaginem a surpresa da lagarta, quando acordou. Do lado de seu corpo , saiam duas coisas esquisitas, Sentiu-se como outro bichinho Que seria? Experimentou mover um pouco aquilo... Ah! Eram asas... Vejam só uma lagarta, um verme acordar com asas!...Que coisa formidável!

Vamos ficar olhando.

- Ah, sim, agora podemos ver que a lagarta virou borboleta, uma linda borboleta azul.

Sabem vocês todas as borboletas foram um dia lagartas, logo que nasceram. Depois se transformaram, nesse belo inseto colorido.

Como é gostoso voar! Como a vida é bela! Upa esse vento quase me derruba

Ainda não estou bem pratica no vôo. Sai da frente mosquito, que vou dar um mergulho

Era uma diversão para aquela lagarta que virou borboleta.

Bom dia borboleta azul dizia a margarida.

Um pássaro passou voando rapidamente perto da borboleta azul e ela ficou olhando com um pouco de inveja para aquela ave tão independente.

Comigo é diferente! A cada soprada do vento, lá vou eu para onde não quero. Ah... se eu pudesse ser como um pássaro... ou então como uma borboleta grande , um "borboletão"... De repente lembrou-se de seu amigo o mestre sapo, Mestre sapo sabia tanta coisa ,vivia lendo uns papeis velhos e até usava óculos. Quem sabe ele poderia dar um jeito.

Tim... tim... tim... bateu a borboleta azul na porta do mestre sapo.

Apareceu o mestre Sapo e fez a borboleta entrar.

Ouviu dela uma queixa . Disse que se sentia muito triste por ser tão frágil, tão levezinha.

Gostaria de ser maior e mais respeitada.

Se quiser fazer uma experiência, podemos ver se mudamos o seu tamanho. Acabo de descobrir um fortificante, um alimento que faz a gente crescer muito mais. Leve este vidro para casa e tome uma colher por dia.

A borboleta recebeu o vidro, despediu-se do sapo e voou para casa .Era tanta a vontade de crescer que começou a tomar duas colheres por vez .Foi tomando o fortificante, tomando tanto que sabem vocês o que aconteceu?

Daí a alguns dias a nossa borboleta tinha aumentado demais o seu tamanho e começou a falar grosso!...

Foi dar o seu passeio matinal. Ia mostrar-se cheia de orgulho as suas amigas e as flores.

Muito satisfeita a borboleta azul ia pousando numa rosa, para cumprimenta-la cheia de vaidade, quando a rosa exclamou:

Que é isso monstro, ve me arranca as pétalas. Pode até quebrar o meu caule. Por favor saia daqui!

A borboleta azul sentiu-se encabulada, saiu de onde estava , deixando a rosa a balançar

Violentamente, e pensou:

Pelo menos as minhas amigas borboletas, irão render-me homenagens

Penso até que serão capazes de me escolher como a rainha das borboletas

Mas quando se aproximou foi uma decepção. Ouviu até cochicharem:

Coitada dessa borboleta, como cresceu e ficou desengonçada! Deve Ter sido alguma doença. Deixa até a gente assustada!

Aquelas palavras foram um choque. Tinha perdido a amizade das flores e das irmãs

Muito triste, foi-se retirando, levantando poeira com o bater de suas enormes asas. Uma formiga foi atirada longe pelo vento que ela fazia. E para sua maior tristeza ainda pode ouvir quando a formiga gritou-lhe:

Ó ventilador ambulante!

Agora só restava procurar o mestre sapo. Quem sabe ele poderia fazer alguma coisa . Quando chegou na casa do sapo, soube que o velho mestre tinha morrido. A tristeza da borboleta foi dupla : Primeiro tinha perdido um grande amigo; depois, era o único que poderia salva-la daquela situação. Passar o resto da vida igual a um monstro que horror!

As lágrimas corriam-lhe dos olhos .Soluçando descobriu sobre a mesa uma folha de papel toda escrita. Era uma carta que o velho sapo lhe dirigia.

"Minha amiga borboleta azul" Chegou o momento, devo partir. Vou morrer. Como eu sabia que você ia ficar arrependida de Ter crescido tanto, consegui preparar um remédio que faz voltar ao tamanho natural. Com esse remédio, você poderá voltar a ser borboleta pequena como era. Tome uma colher por dia e não se esqueça de seu amigo sapo.

A borboleta toda comovida, retirou-se para a sua casa e lá ficou vários dias trancada,

Tomando o seu remédio até voltar ao que era antes.

Depois de uma semana saiu cheia de alegria a visitar suas companheiras.

Onde é que você andou? Perguntou-lhe o cravo—Estamos com saudades de você. Uma borboletinha amarela foi dizendo, Foi pena você não estar aqui a semana passada, Borboleta Azul. Passou por aqui uma borboleta tão grande que ficamos todas assustadas. Ainda bem que desapareceu.,

A borboleta azul bem que ouviu tudo aquilo e ficou quietinha, quietinha....

Estava satisfeita de voltar para junto de suas amigas

quarta-feira, 7 de maio de 2008


"As Palavras Mágicas"

Dona Paula estava muito preocupada com seu sobrinho Gilberto, que havia chegado de fora há pouco dias. Não que ele fosse um menino desobediente, nem um menino muito travesso. Não era. Pelo contrário, obediente e bem comportado.

Mas, Gilberto não era um menino amável, atencioso... Nunca dizia "muito obrigado" a ninguém, não cumprimentava as pessoas, nem pedia as coisas com delicadeza.

Se entrava num taxi com a titia, embora ela cumprimentasse o motorista com gentileza, ficava em silêncio ou então ordenava:
- Ande ligeiro! Bem depressa!...
Se andava num elevador, empurrava os outros e nunca pedia licença. Não era gentil com ninguém.
Resultado: o dono do armazém nunca lhe dava uma bala, o que costumava fazer com as outras crianças; os motoristas de taxi não olhavam para ele com simpatia; e as pessoas que encontravam no elevador não lhe diziam uma palavrinha gostosa ou, pelo menos lhe davam um sorriso amável.
Natural, pois, que titia Paula andasse preocupada.
Um dia, Gilberto entrou na cozinha e viu que a tia estava se preparando para fazer um bolo. Então disse logo:
- Eu quero um bolo só para mim.
- Pode ser... respondeu a tia Paula - Mas, ante, você terá que dizer umas palavras mágicas. Se você disser, eu farei o bolinho.
Gilberto ficou pensando que palavras mágicas seriam estas. Mas, logo se lembrou de uma estória que vovô havia lhe contado. Por isso, gritou:
- Abracadabra! Abracadabra!
- Não, não são estas as palavras mágicas – disse a tia, sorrindo.
- Não?? - Gilberto pensou, pensou...
- Balabalabla! Balabalabla! - tornou a gritar.
Dona Paula sacudiu a cabeça.
- Não, também não são estas.
- Dipo dipodóclus! Dipo diodóclus!
- Não, não! – disse ainda a tia, achando graça das invenções do sobrinho.
Gilberto não sabia o que dizer. Pensou... pensou... Então, desanimado pediu:
- Por favor, tia Paula, quais são as palavras mágicas?
E muito surpreendido, ouviu a titia dizer:
- Viva! Você já disse as palavras mágicas. Pronto! Vou fazer um bolinho só para você.
O menino ficou admirado. Depois, lembrou-se. E, muito contente, falou:
- "Por favor"... então são estas as palavras mágicas, que conseguem tudo?
Tia Paula disse que sim e ensinou ainda outras palavras mágicas que fazem com que todo o mundo gosto da gente.
Gilberto ouviu tudo com muita atenção e prometeu não se esquecer mais das tais palavras mágicas. E começou a cumprir sua palavra, pois quando a tia lhe deu um lindo bolinho, bem cheiroso, ele, muito gentil, falou, sorrindo:
- Muito obrigado, tia Paula. Muito obrigado!

terça-feira, 6 de maio de 2008


"A árvore triste"

Certa vez, existiu uma árvore que vivia sempre triste, porque de seus galhos jamais havia brotado uma flor.

Só folhas. Uma abelhinha aproximou-se dela cantando:

- Zumm...zumm...zumm...Que árvore feia! Só tem folhas! E as flores, onde estão?

Sua companheira observou:
- Aqui não fico, pois preciso levar um pouco de mel para minha colméia.

Vocês sabem o que é uma colméia?
É a casinha das abelhas.
É ali que elas moram e fabricam o tão preciso mel.
As abelhinhas são trablhadeiras, retiram o néctar das flores, que é um docinho que todas elas possuem.
Depois levam esse néctar para a colméia e ali o depositam. Hoje, amanhã, depois...E vão formando o mel tão saboroso.
Como é gostoso um favo de mel!
Bem, voltemos à nossa história.

A abelhinha continuou:
- Como esta árvore não tem flores, vou-me embora.

Chegou em seguida, uma linda borboleta e, voando em torno da árvore, comentou:
- Como é triste esta árvore! Não tem nenhuma flor! As flores é que alegram a vida...

Vocês sabiam que as borboletas põem ovinhos nas folhas das plantas, e desses ovinhos nescem uma porção de lagartas que um dia se transformam em lindas borboletas?

Como é maravilhosa a natureza!

Vieram também alguns passarinhos, mas não gostaram de fazer seus ninhos na árvore sem flores, por isso não ficaram lá.

A noite já vinha chegando, quando um menininho se aproximou da árvore.
- Estou tão cansado que vou me deitar debaixo dessa árvore, disse o pequeno.
Deitou e dormiu.

A árvore, no seu silêncio, pensou: "Como ele está cansado...Deve estar sentindo frio! Vou derrubar minhas folhas sobre ele, para lhe servirem de agasalho, assim ele não sentirá tanto frio."

Quando amanheceu, o menino acordou e disse admirado:
- Que vejo? Quantas folhas! Dormi tão bem...Como essa árvore é boa e generosa! Agasalhou-me com suas folhas!
O menininho, muito agradecido, disse a árvore:
- Você terá sua recompensa: vou transformá-la na árvore mais bela e alegre deste lugar.
E continuou:
- Árvore, de hoje em diante, de seus galhos brotarão flores multicores, para que todos se sintam felizes!
Voltaram as abelhinhas, a borboleta e os passarinhos, e todos disseram:
- Como está bonita, perfumada e alegre! Você é a árvore mais linda que existe! Viremos sempre visitá-la!

E todos cantaram junto com as flores..

segunda-feira, 5 de maio de 2008


"O patinho que queria falar"

Era uma vez um lindo patinho amarelo. Um dia ele saiu de casa bem cedinho e foi passear na estrada. A manhã estava clara, o céu azul e havia muitos animaizinhos passeando.

Não tinha ainda dado muitos passos e viu um gato engraçadinho. O gato que era muito bem educado, cumprimentou-o assim:
- Miau, miau!
O patinho ficou encantado e disse:
- Oh! Que modo bonito de falar você tem, Sr. Gatinho.
Quem me dera falar assim !
- É muito fácil, patinho, respondeu o gato. Vamos experimentar?
O patinho experimentou dizer "miau". Não conseguiu. Experimentou de novo, experimentou muitas vezes! Foi impossível! Então falou:
- É muito difícil, Sr. Gatinho! Isso não é conversa para patinhos! Despediu-se do gato e continuou a passear.

Foi andando, andando e encontrou-se com Dona Galinha Carijó.
- Có, có, có, disse Dona galinha.
O patinho ficou encantado:
- Oh! Que modo bonito de falar a senhora tem, Dona Galinha!
- Experimente falar assim, patinho.
O patinho tentou imitar Dona Galinha. Fez tudo que pôde e nada conseguiu. Depois de algum tempo, já bem desanimado, falou:
- Muito obrigado pela ajuda, Dona galinha, mas isto é muito difícil para patinhos.

Despediu-se de Dona Galinha e continuou o seu caminho. Andou, andou e entrou na mata. De repente, ouviu a voz mais linda do mundo:
- Piu, piu, piu!...
- O patinho ficou encantado! Olhou para cima e lá estava, no galho da árvore, um lindo passarinho de penas coloridas.
- Que modo de falar bonito você tem, passarinho! Quem me dera falar como você!
- Experimente, patinho! Experimente falar assim!
O patinho abriu o bico. Fez tudo que pôde para dizer "piu, piu, piu!". Foi impossível. Já estava desanimado. Despediu-se e voltou triste para casa.

No meio do caminho encontrou Dona Pata.
- Quá, quá, quá, disse a pata.
- Oh! Mamãe, disse o patinho. Será que posso falar como a senhora?
- Experimente, filhinho,experimente...
O patinho abriu o bico. Que vontade de falar como a mamãe! E se não conseguisse?...Não falou como gato, nem como galinha, nem como passarinho. Será que poderia falar como pato? Fez um esforço, e...
- Quá, quá, quá...
- Muito bem, filhinho ! disse-lhe a mamãe , toda feliz.
O Patinho ficou alegre, muito alegre. Depois, juntinho com a mamãe, voltou para casa e a todo instante, abria o bico para dizer mais uma vez:
- Quá, quá, quá...



(DESENHOS E ADAPTAÇÃO DE MARIA R. DO AMARAL)