domingo, 30 de setembro de 2007

A Raposa e o Corvo

Um dia um corvo estava pousado no galho de uma árvore com um pedaço de queijo no bico quando passou uma raposa. Vendo o corvo com o queijo, a raposa logo começou a matutar um jeito de se apoderar do queijo. Com esta idéia na cabeça, foi para debaixo da árvore, olhou para cima e disse:

-Que pássaro magnífico avisto nessa árvore! Que beleza estonteante! Que cores maravilhosas! Será que ele tem uma voz suave para combinar com tanta beleza! Se tiver, não há dúvida de que deve ser proclamado rei dos pássaros.

Ouvindo aquilo o corvo ficou que era pura vaidade. Para mostrar à raposa que sabia cantar, abriu o bico e soltou um sonoro "Cróóó!" . O queijo veio abaixo, claro, e a raposa abocanhou ligeiro aquela delícia, dizendo:

-Olhe, meu senhor, estou vendo que voz o senhor tem. O que não tem é inteligência!

Moral: cuidado com quem muito elogia.

sábado, 29 de setembro de 2007

O cervo doente

Um Cervo doente e incapz de andar, repousava quieto em um pequeno pedaço de pasto fresco.
Seus companheiros, vieram então em grande número para saber de sua saúde, e cada um deles, servia-se à vontade da escassa grama daquele reduzido pasto, que lá estava para seu próprio sustento.
Assim ele morreu, não da doença da qual padecia, mas por falta de alimento.

Autor: Esopo

Moral da História:
As más companhias sempre trazem mais infortúnios que alegrias.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

A Raposa e as Uvas

Uma Raposa, morta de fome, viu alguns cachos de Uvas negras e maduras, penduradas nas grades de uma viçosa videira.

Ela então usou de todos os seus dotes e artifícios para alcançá-las, mas acabou se cansando em vão, pois nada conseguiu.

Por fim deu meia volta e foi embora, e consolando a si mesma, meio desapontada disse:

Olhando com mais atenção, percebo agora que as Uvas estão estragadas, e não maduras como eu imaginei a princípio.

Autor: Esopo


Moral da História: Para uma pessoa vaidosa é difícil reconhecer as próprias limitações, abrindo assim caminho para as desventuras.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A gralha vaidosa

Júpiter deu a notícia de que pretendia escolher um rei para os pássaros e marcou uma data para que todos eles comparecessem diante de seu trono. O mais bonito seria declarado rei.

Querendo arrumar-se o melhor possível, os pássaro foram tomar banho e alisar as penas às margens de um arroio. A gralha também estava lá no meio dos outros, só que tinha certeza de que nunca ia ser a escolhida, porque suas penas eram muito feias.

"Vamos ter que dar um jeito", pensou ela.

Depois que os outros pássaros foram embora, muitas penas ficaram caídas pelo chão; a gralha recolheu as mais bonitas e prendeu em volta do corpo. O resultado foi deslumbrante: nenhum pássaro era mais vistoso que ela. Quando o dia marcado chegou, os pássaros se reuniram diante do trono de Júpiter; Júpiter examinou todo mundo e escolheu a gralha para rei. Já ia fazer a declaração oficial quando todos os outros pássaros avançaram para o futuro rei e arrancaram suas penas falsa uma a uma, mostrando a gralha exatamente como ela era.


Moral: Belas penas não fazem belos pássaros.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O Casamento da Vassoura



Ali guardadinha estava a vassoura num cantinho do armário. Às vezes a tiravam e dançava muito pela casa ou quintal, ficando até tonta de tanto ir pra lá e pra cá. Mas depois ficava no cantinho até tristonha mesmo. Um dia, porém, ouviu uma vozinha que a chamava:
- Dona Vassoura, oh dona vassoura está me ouvindo?
- Sou eu, a dona Pazinha aqui do outro lado.
- Sim, estou ouvindo - disse a Vassoura até meio assustada.
- Tenho um recado para a senhora, do senhor Rodo.
- De quem?
- É do senhor Rodo.
- Ele mandou lhe dizer que gostaria de casar com a senhora!
- O que devo responder a ele?
- Ora - disse a Vassoura, pega de surpresa - Eu casar com o senhor Rodo?
- É sim. Pense e depois me dê a resposta, é só me chamar.
Dona Vassoura ficou inquieta, pensou, pensou...
- Sozinha aqui pelo menos vou ter um companheiro, nada tenho a perder, até que ele é bem simpático pois já o vi algumas vezes brincando na água.
Mais tarde a noitinha dona Vassoura chamou dona Pazinha e disse-lhe:
- Bem diga a ele que aceito, mas como será o que vamos fazer?
- Não se preocupe nós vamos arranjar tudo para o casamento.
E assim foi.
Fizeram, primeiro, a lista dos padrinhos e convidados.
- Ouça dona Vassoura, os padrinhos de seu casamento serão: o senhor Balde e eu. As daminhas serão as Flanelinhas que estão todas felizes pelo evento.
- O senhor Papel Higiênico ficou de enfeitá-la e fará uma grinalda bem linda, ele prometeu.
- O ambiente será todo perfumado pois, os Senhores Desinfetantes se incumbirão de fazê-lo. - No mais, todos os outros moradores deste armário vão contribuir. Os senhores Panos de Chão, os Tapetes, até o Sr Desentupidor irá colaborar.
- Pelo jeito já está tudo combinado, não é mesmo dona Pazinha?
- É sim. Vamos marcar para a próxima noite, certo?
- Sim, combinado.
A noite veio e o casamento foi realizado com muita simplicidade. Dona vassoura toda enfeitada. O noivo, Senhor Rodo, com a ajuda do Senhor Pano de Chão, estava muito bem enrolado, muito elegante.
Os convidados estavam felizes e a festa foi até de madrugada.
No dia seguinte, quando foi aberto o armário, estava tudo diferente!
- O que aconteceu aqui? Pensou a dona da casa...
A vassoura toda enfeitada de papel higiênico, o rodo fora do lugar...
Fechou a porta do armário e esqueceu o assunto, mas que era estranho era...
Lá dentro os convidados começavam acordar da festa de ontem, ou seja, do casamento da Vassoura...

Marlene B. Cerviglieri

terça-feira, 25 de setembro de 2007

O Porquinho Fujão!


Naquela fazendinha todos eram muitos felizes!
Havia um pomar muito grande com todas as frutas que gostamos, laranja, caqui, amora, jabuticaba, mexerica, enfim muitas outras mais.
Também havia uma horta repleta de vegetais e verduras fresquinhas.
Os animais eram muito bem tratados, as vacas produziam leite bastante e faziam queijos e manteiga.
No cercado dos porcos, as mamães cuidavam de seus porquinhos que recebiam comida farta.Tinha também muito espaço para poder brincar e dormir.
Era tudo que faziam, até que o papai porco resolveu que deviam ir para a escola!
Ah...escola...pensou o porquinho mais danado da turma.
Não vou querer ir não.Fico no meio do caminho, engano mas não vou.
Para que preciso aprender a ler escrever?
E assim pensando no primeiro dia de aula, ao invés de ira para a escola, fugiu...
Correu pelos campos, comeu o que encontrou pois seu lanche já havia acabado.
Ai, percebeu que estava ficando escuro.
Onde vou dormir? Pensou.
Começou a ficar assustado, eram tantos os barulhos do campo que não conhecia!
O medo foi entrando nele devagarzinho...
Correu, correu e não encontrava um cantinho.
Acabou ficando embaixo de uma arvore muito grande.
Lá em cima os pássaros estavam espantados em vê-lo por ali e sozinho...
Quase não dormiu, cada pouco acordava assustado.
Amanheceu .
Onde iria comer?Procurou e não havia nada!.
Não sou coelho pensava.Só tem mato.
Andou bastante e percebeu que estava perdido.
Viu uma placa no alto, mas não sabia ler!
E agora o que faço?
Começou a chorar e a correr cada vez mais.
Já cansado demais acabou dormindo.
O sol estava alto e não havia sombra.
Queria a mamãe, seus irmãos.
Nesta tristeza foi que seu pai o encontrou quase já desmaiando de fome.
Levou-o para casa sem dizer nada, pois o porquinho dormia quase que desmaiado.
A mamãe logo cuidou dele.
No outro dia já refeito, o porquinho fujão, assim ficou chamado estava muito envergonhado.
Sabe mamãe e papai, nunca mais vou fugir.Eu não sabia de tantos perigos que ainda não sei enfrentar lá fora.
Quero ir para a escola, pois sei agora como é importante saber ler e aprender coisas.
Nunca mais farei isto. E assim o porquinho fujão voltou para casa com uma lição.,não vá buscar lá fora o que você tem dentro de tua casa.
Existem muitos perigos que não sabemos enfrentar ainda, mesmo sabendo muitas vezes eles nos causam prejuízos.
E afinal a escola não é um bicho papão!

Marlene B. Cerviglieri

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O cão fugitivo

Um cão tinha sido criado numa casa. Fora ensinado a enfrentar os animais selvagens, mas, quando se viu diante de um grupo deles pronto para atacar, quebrou a própria coleira e fugiu pelas ruas da cidade. Vendo-o gordo e forte como um touro, alguns de seus companheiros de raça lhe perguntaram:

- Por que fugiste?

- Eu sei - respondeu o cão - que posso comer tudo o que quero e necessito, e até muito mais; mas, quando luto contra ursos e leões, posso morrer a qualquer momento.

Os outros disseram entre si:

- Nossa vida é só nossa. Apesar de pobre, é bela, pois não combatemos nem leões nem ursos.

Melhor viver longe dos perigos que ficar exposto a eles em troca de boas coisas ou de glória vã.


(fonte: "Fábulas de La Fontaine".
Rio de Janeiro: Editora Brasil-América - EBAL - SA, 1985