segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A formiguinha e a Neve


 


Certa manhã de inverno, uma formiguinha saiu para o seu trabalho diário.


 
Já ia muito longe a procura de alimento, quando um floco de neve caiu e prendeu o seu pezinho.
Aflita, vendo que não podia se livrar da neve, iria assim morrer de fome e frio, voltou-se para o sol e disse:
 

 
- Ó sol, tu que és tão forte, derrete a neve que prende o meu pezinho!
E o sol indiferente nas alturas, falou:
- Mais forte do que eu, é o muro que me tapa.
 

 

Olhando, então para o muro, a formiguinha pediu:
- Ó muro, tu que és tão forte, que tapas o Sol que derrete a neve, desprende meu pezinho.

 
 

E o muro que nada vê e muito pouco fala, respondeu apenas:
- Mais forte do que eu, é o rato que me rói!


 
Voltando-se então, para um ratinho que passava apressado,  a formiguinha suplicou:
- Ó rato, tu que és tão forte, que róis o muro que tapa o sol que derrete a neve, desprende meu pezinho.
 

 

Mas o rato, que também ia fugindo do frio, gritou de longe:
- Mais forte do que eu, é o gato que me come!


Já cansada, a formiguinha pediu ao gato:
- Ó gato, tu que és tão forte, que comes o rato, que rói o muro, que tapa o sol, que derrete a neve, desprende o meu pezinho.
E o gato sempre preguiçoso, disse bocejando:


- Mais forte do que eu, é o cão que me persegue! Aflita e chorosa, a pobre formiguinha pediu ao cão:
- Ó cão, tu que és tão forte, que persegues o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o sol, que derrete a neve, desprende meu pezinho.


E o cão, que ia correndo atrás de uma raposa, respondeu sem parar:
- Mais forte do que eu, é o homem que me bate!
Já quase sem forças, sentindo o coração gelado de frio, a formiguinha implorou ao homem:
- Ó homem, tu que és tão forte, que bates no cão, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o sol, que derrete a neve, desprende o meu pezinho.

 
E o homem, sempre preocupado com o seu trabalho, respondeu apenas:
- Mais forte do que eu, é a morte que me mata.

 


Trêmula de medo, olhando para a morte que se aproximava, a pobre formiguinha, suplicou:
- Ó morte, tu que és tão forte, que matas o homem, que bate no cão, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o sol, que derrete a neve, desprende meu pezinho.
E a morte impassível, respondeu:
- Mais forte do que eu, é Deus que me governa!
Quase morrendo, então a formiguinha rezou baixinho:

- Meu Deus, tu que és tão forte, que governas a morte, que mata o homem, que bate no cão, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o sol, que derrete a neve, desprende meu pezinho.


E Deus então, que ouve todas as preces, sorriu, estendeu a mão, por cima das montanhas e ordenou que viesse a primavera


No mesmo instante, no seu carro de veludo e ouro, a primavera desceu por sobre a Terra. Enchendo de flores os campos, enchendo de luz os caminhos.



E vendo a formiguinha quase morta, gelada pelo frio, tomou-a carinhosamente entre as mãos e levou-a para seu reino encantado.



Onde não há inverno, onde o sol brilha sempre, e onde os campos estão sempre cobertos de flores!


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O Soldadinho de Chumbo


Vou contar para vocês, a história comovente de um soldadinho de chumbo. Forte, arrojado e valente.
Eles eram vinte ao todo.
Vinte lindos soldadinhos, feitos de chumbo, é verdade. Mas todos bem iguaizinhos.
Um, no entanto era cotó. Pois tinha uma perna só.
 
 
 
E dentro de uma caixinha, foram dados de presente, a um gracioso menino, que ficou muito contente.
Na hora de dormir, deixou-o de guarda.
Mas, só por uma noite somente.
 
E os brinquedos, mas que travessos, ei-los todos a pular. Vendo se só os sabidos, aproveitam para dançar!
E as horas passam ligeiro. Enquanto ele vão brincando, o relógio da parede, meia noite, está marcando.
 
 
 
 
 
Vejam só, é o feiticeiro! Saiu da caixa sem custo e o pobre do soldadinho, quase que morre de susto!

 
 
Mas, ai... o que fez o vento!
Escancarou a janela!
E o soldadinho de chumbo, cai da janela ligeiro, cumprindo-se finalmente a praga do feiticeiro.
 
Mas vejam no entanto, a sorte do soldadinho perneta, foi cair espetado, na ponta da baioneta. E começou a chover, veja que situação ficou o pobre soldado, só naquela posição.
 

 

Dois meninos o encontram e fazem um barquinho de papel para o pobre soldadinho navegar.

 
 

E o barquinho foi boiando... navegando... navegando, da sarjeta para o rio, o soldadinho levando.

 
 

Surgiu no entanto um perigo, desta ou daquela maneira, foi o barquinho cair, nas águas da cachoeira. E chega ao fundo do rio, o soldado valoroso.

 
E dele já se aproxima, um peixe grande e guloso.Mas assim que o engoliu, veja só o que sentiu!
 
 
 
 

O peixinho guloso, pouco gritou, sim senhor! Pois foi cair, bem depressa, nas redes de um pescador.

 

E a cozinheira mal viu, um tão bonito pescado e foi logo pensando em preparar um ensopado.Mas vejam, que coincidência! Lá vai a criada entrando, na mesma casa em que esteve, o soldadinho morando.
 
 
Mas assim, que ela cortou o peixe, veja só o que encontrou!
Isto é mesmo admirável, difícil de acreditar. Vejam só, de que maneira, ele conseguiu voltar.


E agora, mas que alegria, em meio a risos, folguedos, ele voltou novamente para a mesa dos brinquedos.Que grande felicidade ele deve estar sentindo, vendo a linda bailarina a contemplá-lo sorrindo.
 
 

Porém na caixa fechada, estremece o feiticeiro.
O que estará planejando, aquele bruxo matreiro!
 
E o menino satisfeito, brinca alegre, novamente com o soldadinho de chumbo.
Mas no entanto, de repente...!
Vejam só, mas que tristeza! Isto ainda é praga do ogro! O soldado escorregou e caiu dentro do fogo e desse modo amiguinhos, ele vai se derretendo.


 

Mas não fiquem assustados, pois ele não está morrendo! Ele só será um novo brinquedo.



 

E a linda bailarina, deu um salto direitinho, para dentro da fogueira, onde estava o soldadinho.

 
E pela manhã seguinte, viram todos, que emoção!
Os dois juntos transformados, num bonito coração.
O Soldadinho de Chumbo é um conto de fadas escrito por Hans Christian Andersen e publicado pela primeira vez em 1838.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Patinho Feio

 










Certa vez. . . há muitos anos, num espaçoso terreiro, onde viviam diversas aves, dona patinha muito simpática estava chocando a sua ninhada.
Um dia começaram a quebrar. . .crac! crac!
Uma a um, os patinhos iam saindo. . .

 Mas, que pena!
Ainda faltava um, que nem sequer havia picado o ovo.
Lá foi dona patinha, novamente para o choco.
E dona pata, voltou ao seu ninho.
Que fazer, a espera de mais um filho, que custava pra nascer.
De repente, partiu-se o ovo! 

Mas que patinho feio!!!!


 Senhor pato, muito curioso, foi ver a sua ninhada!

  Que surpresa!








Mas aquele, não fazia parte de sua ninhada. Senhor
pato, ficou muito bravo.





Passada uma semana, lá foi mamãe pata no seu balanço natural para as margens do lago, seguida de seus filhotes em fila.

Ela pulou na água e o mesmo fizeram eles.
Nadaram o dia todo, em giro pelo lago,
levantando pequenas ondas por onde passavam.







Numa manhã ensolarada, mamãe pata saiu com os filhotes para um passeio, quando ouviu outros patos gritarem:

- Mas como é feio aquele patinho!
E o patinho, nem bola dava. Seguia sua mãe e irmãozinhos.

Mas, pobre patinho, nem sua mãe e nem seus irmãozinhos queriam saber dele.

Aproximou-se do lago e, ao ver-se refletido na água,levou um susto!
 Que feiúra!
Desconsolado e triste, saiu a procura de alguém, que pudesse ser seu amigo.
 
Caminhando, encontra uma família de passarinhos e tentou fazer amigos, mas sua alegria durou

 pouco.
Dona passarinha, não gostou do novo hóspede e enxotou-o do ninho.
Sozinho, continua caminhando, quando de repente, no lago, ele avista um enorme pássaro.

Correu e nadou até ele.
A princípio, parecia ser um bom amigo.
Brincaram bastante, quando de repente, foi atingido pelo pato de madeira, que balançava na água.
Levou tamanho susto que foi parar atrás das folhagens.
Triste, novamente sai nadando.



O tempo ia passando e a rotina era a de sempre.
Com a chegada do outono, as folhas das árvores começaram a ficar amareladas e foram caindo, espalhando-se pelo chão. Foi quando olhando para o céu, viu uma revoada de cisnes brancos.
- Que lindo e como voam!
Olhem só, mas que surpresa!
O que está acontecendo!
Não acreditando, foi olhar a sua imagem refletida no lago.
- Ora essa, que surpresa, eu sou um cisne também!
E nesse instante, feliz e levantando o lindo e belo pescoço, saiu nadando e cantando para junto de sua mãezinha.
Conto de Hans Christian Andersen