sábado, 10 de novembro de 2007

O Cervo, o Manancial e o Leão

Agoniado pela sede, chegou um cervo a um manancial. Depois de beber,

viu seu reflexo na água. Ao contemplar seus belos chifres, sentiu-se orgulhoso, porém ficou descontente por suas pernas serem fracas e finas. Enquanto assim pensava, apareceu um leão que começou a persegui-lo. Começou a correr e tomou grande distância, porque a força dos cervos está em suas pernas, e a do leão em seu coração. Enquanto corria, o cervo guardou a distância que o salvava; mas, ao entrar num bosque, seus chifres se engancharam nos ramos e, não podendo escapar, foi alcançado pelo leão.

A ponto de morrer, exclamou para si mesmo:

- Infeliz! Meus pés, que pensava me trairiam, foram os que me salvaram e meus chifres, nos quais colocava toda minha confiança, são os que me perdem.

Muitas vezes, a quem cremos mais indiferentes, são aqueles que nos dão a mão, enquanto os que nos adulam, quando precisamos, desaparecem.

(NR: Manancial = nascente de água;fonte abundante;)