segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A Árvore Crespinha

Dentro de um parque muito lindo estava a árvore crespinha. Era assim que os demais moradores a conheciam. Era muito alta e toda coberta de folhinhas dando a impressão que foram colocadas uma a uma no tronco dela. Os pássaros gostavam de conversar com ela, pois sempre aprendiam alguma coisa nova. Tinha sempre boas palavras para todos e dificilmente se irritava. Ficava muito feliz, pois em seus galhos abrigava muitos ninhos de pássaros que vinham de longe, para ali construírem seus ninhos.

- Você não se incomoda com tanto barulho - disse-lhe um dia o sabiá num papo com ela. - Não – respondeu -, eu até gosto e muito, pois sempre tenho amigos em volta.

- Sabe - disse o sabiá -, não te incomoda também toda esta folha em volta de você?

- Ora seu sabiá, isto é um presente que recebi.

- Presente! De quem?

- Da Mãe natureza. Respondeu a árvore.

- É uma proteção que tenho. Por isso que te chamam de árvore crespinha?

- É sim.

O sabiá achava feias as folhinhas parecia uma coisa maluca - pensou.

Passados alguns dias estavam todos fazendo suas tarefas no parque.

Os pássaros procuravam ajudar as mamães na formação dos ninhos, e todos buscavam gravetinhos. Também frutinhas das quais se alimentavam. Tomavam seus banhos e brincavam saltando de um lado para outro. Mas eis que começou a se formar uma nuvem grande e escura. Estava carregada e logo iria despejar toda água no parque.

Voavam todos para seus ninhos suas casinhas a fim de se abrigarem da chuva que já vinha chegando. E ai começou a cair muita água e até pedrinhas que chamamos de granizo. É muito bonito de se ver, mas estas pedrinhas, granizo machucam as plantas e, conforme o tamanho, quebram até telhados. Por uma meia hora foi uma tempestade bem forte. Quando passou havia um silêncio no parque.

Hora de se ver os estragos. Quanta plantinha não resistiu, e muitos filhotinhos caíram do ninho e estavam mortos no chão.

Que tristeza de se ver. E dna árvore crespinha, como estaria?

Voando depressa lá foi o sabiá ver a situação.

Como sempre ela estava sorrindo e suas folhinhas estavam grudadas no tronco, como a dizer daqui ninguém me arranca.

- Olá dna crespinha como esta a senhora - disse o sabiá.

- Estou muito bem senhor sabiá. Todas minhas folhinhas estão limpas, mas o melhor foi que os meus moradores estão todos bem.

- É mesmo?

- Sim na hora da chuva pedi que viessem se abrigar no meio das folhinhas enrolando seus filhotinhos e assim o vento não os derrubou. Agora podem voltar para seus ninhos. E o senhor, sabiá, como está?

- Ora, estou bem.

- E sua família?

- Não sei eu voei para me proteger e nem pensei em mais nada.

- Senhor sabiá que coisa feia de se dizer! Não devemos pensar só em nós.Os demais, mesmo não sendo de nossa família, merecem atenção também. Hoje o sr conseguiu se salvar e está bem, e amanhã? Sempre precisamos um do outro. É tão bom poder ajudar.

E lá no alto da árvore os pássaros cantavam felizes novamente. Tudo é tão passageiro, passa depressa. Não acontece novamente da mesma forma, vamos fazer agora pois amanhã poderá não ter mais volta. E ali ficou a arvore crespinha sempre alegre e feliz conversando com quem quisesse falar com ela.

Não havia no parque árvore mais feliz.

- E você já disse e pensou alguma coisa boa hoje? De minha parte um abraço e um grande beijo em teu coração.

Marlene B. Cerviglieri