terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O Cenourinha

Era uma vez um coelhinho que se chamava Cenourinha, que tinha nascido há muito pouco tempo. Chamava-se Cenourinha porque era apaixonado por cenouras. Passado uns dias após o seu nascimento, a sua mãe já se via atrapalhada para conseguir tomar conta dele, porque ele era muito rebelde e gostava de mostrar aos irmãos mais velhos que ele não tinha medo de nada.
Certo dia, os seus pais e irmãos estavam a ver televisão, sentados num sofá muito confortável, o avô estava a dormitar com o jornal a tapar-lhe a cara, enquanto que a avó fazia croché, muito empenhada.
Como a mãe não deixava o Cenourinha ir brincar, ele aproveitou este momento, em que todos estavam ocupados, para se escapar. Mas não pensem que a mãe dele era má, porque não é verdade. Ele é que sempre que ia brincar, fazia grandes travessuras. Na última vez, tinha atravessado um enorme precipício, pendurado numa corda como o Tarzan, só para apregoar aos amigos que ele era um coelhinho muito valente.
Quando encontrou os amigos da floresta: o tigre Bebé, a borboleta Mil Cores e a negra Panterinha, ele propôs mostrar-lhes mais uma vez a sua valentia: iria à gruta da malvada Serpente e enfrentá-la. Então pôs-se a caminho...
Lá bateu à porta.
A Serpente apareceu. Era enorme, mesmo gigantesca e silvava furiosamente! Ele julgava que ela era pequenina e inofensiva, porque todos os animais da floresta lhe chamavam Boa. Mas boa era a raça dela e daí a origem do seu nome.
O Cenourinha apressou-se a sair dali e, quando encontrou os seus amigos, suava imenso, tremia a até gaguejava, por causa do pavor que sentira.
Mas aprendeu uma lição: nunca devemos enfrentar desnecessariamente grandes perigos, porque os nossos verdadeiros amigos gostam de nós como somos realmente, com as nossas qualidades e defeitos...