sexta-feira, 19 de junho de 2009

Menino que tinha chulé

O seu rosto era pintado,

E seu jeito, retraído,

Seus cabelos enrolados,

E de muito, distraído.

Inteligente e saudável,

Tirava nota dez até,

Mas seu único defeito,

Era um tremendo chulé.

Tudo havia feito e passado,

Receitas mil haviam lhe dado,

Mas o cheiro do seu pé,

Nem de longe, tinha acabado.

Em encrencas nunca estava,

O seu nome era Mané,

Mas o que incomodava,

Era o seu querido chulé.

Tinha uma turma bacana,

Que às vezes festa fazia,

Mas seu jeito muito tímido,

De garotas, ele fugia.

Marcaram para o fim de semana,

Uma viagem legal,

Era num acampamento,

Para alegria geral.

Foram de ônibus ao campo,

E era um lugar genial,

Muitos chalés e um lago,

Com segurança total.

Quando foram distribuir,

Cada dois em um chalé,

Preocupado o menino ficou,

Onde colocar seu chulé.

Chiquinho seu companheiro,

Naquele quarto apertado,

Não sabia do problema,

Quando o tênis fosse tirado . . .

Depois das brincadeiras do dia,

Cansados, foram prá cama,

E Mané dormiu calçado,

Com o tênis e de pijama.

No dia seguinte correu notícia,

Bem na hora do café,

Que alguém naquele campo,

Tinha um terrível chulé.

O Mané muito sem jeito,

Para casa até quis voltar,

Mas Maria - a cozinheira,

Resolveu lhe ajudar.

"- Querido, não fique triste,

Uma poção vou lhe dar,

Faça tudo direitinho,

Que o chulé vai acabar".

Com alívio, em um dia,

Seu problema terminou,

E do chulé deste menino,

Ninguém pelo menos lembrou.

Mané feliz e contente,

Com novo cheiro no pé,

Voltou para casa saudoso,

Da viagem, e do chulé . . .

Enise