O seu rosto era pintado,
E seu jeito, retraído,
Seus cabelos enrolados,
E de muito, distraído.



Inteligente e saudável,
Tirava nota dez até,
Mas seu único defeito,
Era um tremendo chulé.



Tudo havia feito e passado,
Receitas mil haviam lhe dado,
Mas o cheiro do seu pé,
Nem de longe, tinha acabado.



Em encrencas nunca estava,
O seu nome era Mané,
Mas o que incomodava,
Era o seu querido chulé.



Tinha uma turma bacana,
Que às vezes festa fazia,
Mas seu jeito muito tímido,
De garotas, ele fugia.



Marcaram para o fim de semana,
Uma viagem legal,
Era num acampamento,
Para alegria geral.



Foram de ônibus ao campo,
E era um lugar genial,
Muitos chalés e um lago,
Com segurança total.

Quando foram distribuir,
Cada dois em um chalé,
Preocupado o menino ficou,
Onde colocar seu chulé.



Chiquinho seu companheiro,
Naquele quarto apertado,
Não sabia do problema,
Quando o tênis fosse tirado . . .



Depois das brincadeiras do dia,
Cansados, foram prá cama,
E Mané dormiu calçado,
Com o tênis e de pijama.



No dia seguinte correu notícia,
Bem na hora do café,
Que alguém naquele campo,
Tinha um terrível chulé.
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O Mané muito sem jeito,
Para casa até quis voltar,
Mas Maria - a cozinheira,
Resolveu lhe ajudar.

"- Querido, não fique triste,
Uma poção vou lhe dar,
Faça tudo direitinho,
Que o chulé vai acabar".



Com alívio, em um dia,
Seu problema terminou,
E do chulé deste menino,
Ninguém pelo menos lembrou.



Mané feliz e contente,
Com novo cheiro no pé,
Voltou para casa saudoso,
Da viagem, e do chulé . . .
Enise