




















Encontrei o pote de creme de leite. Se você não
vier lambê-lo, termino com tudo sozinho.
- á que vou mesmo
levar a culpa e também uma surra, melhor
comer um pouco - respondeu conformado.
- bra a lata que já vem tapa - disse o pixy devorando todo o creme.
- Solte um miado se minha dona aparecer - implorou o gato. - Não estou me sentindo muito bem hoje.
- ocê está morto de vontade de comer doce - disse o pequeno travesso.
- Suba a escada e coma já esse creme. as não se esqueça de limpar os bigodes. Ficarei parado no corredor para ver se ela vem vindo.
o pixy correu até a porta entreaberta. Na sala de estar estavam sentados a dona da casa e seu inquilino, o professor.
Conversavam sobre a importância da vida familiar.
De repente, ele disse com voz tímida:
- Senhor isserup, vou lhe mostrar algo que nunca tive coragem de mostrar a ninguém: meus poemas! São todos bastante longos. Eu os reuni num livro que chamo de "Livro de poemas de uma dona de casa dinamarquesa". Gosto tanto desse título . . .
á muita emoção no meu livro
. Ninguém mais conhece meus versos, apenas eu mesma, minha gaveta e agora o senhor, senhor Kisserup. Mas descrevi meus sentimentos mais belos num poema intitulado "Meu pequeno Pixy". O senhor deve conhecer a lenda sobre elementais. Pixy é aquela criaturinha que fica pregando peças nas pessoas que moram nos campos. Eu acredito que existe um pixy morando nesta casa. É ele que inspira minha poesia.
escrevi o enorme poder e bondade deste pequeno ser em meu poema preferido.
professor começou a ler o poema em voz alta e a dona de casa a ouvi-lo. O pixy, que tinha escutado apenas o seu nome no título, ficou surpreso:
- Veja só! O poema foi feito para mim! Mas o que será que ela escreveu?
h . . . . Se ele tiver caçoado de mim, ponho as vacas para correr no pasto, dou um sumiço nos ovos do galinheiro e assusto os cães todas as noites.
Cuidado comigo, madame!
elemental
apertou os lábios e levantou as orelhas compridas; mas, quando ouviu falar de sua bondade, poder e força, seus olhos começaram a brilhar. O pixy ficou nas pontas dos pés. Empinou o peito.
entia-se imensamente satisfeito com o que ouvia.
- h! Como ela é culta e inteligente. Fui muito injusto! Ela escreveu um poema para mim que fará sucesso no mundo todo! Nunca mais vou permitir que o gato estrague os seus bolos, aquele danado! Vou pôr ordem na casa porque agora honro e respeito a rainha do meu lar!
- le é igualzinho a um ser humano - disse o gato.
- É só ouvir um miadinho da dona, um miadinho de nada, para mudar de idéia. A madame é mesmo muito esperta.
epois enroscou o rabo em volta do corpo e adormeceu tranqüilo.
(Conto de Hans Christian Andersen)