segunda-feira, 31 de março de 2008












A princesa e a fada

O castelo era o mais bonito da região. Enorme, majestoso mesmo, cheio de imensos jardins e muitas arvores frondosas. Havia também muitas estórias a respeito dele e de seus ocupantes. Sabiam que lá morava um rei muito severo, sua rainha e a princesa. Todos respeitavam muito quando a carruagem passava com seus cavalos brancos grandes e fortes. Nela sempre estavam a princesa e sua mãe a rainha.

O rei quando saia ia a cavalo sempre cercado por seus guardas. Em geral ia vistoriar suas plantações que eram muitas. Nestas plantações trabalhavam varias pessoas, homens e mulheres. Era um trabalho pesado o dia inteiro, com chuva ou sol para receber muito pouco em troca. Certo dia a carruagem ia passando levando somente a princesa, e esta observou o trabalho difícil das pessoas. Chegando de volta ao castelo foi procurar o rei seu pai. Como podia deixar que trabalhassem tanto assim?

Mas o rei respondeu que ela não tinha nada que se importar, ele o rei cuidava de tudo. Voltou para seu quarto, sentou-se à janela e ficou muito pensativa e triste. Como minha vida não tem sentido algum, não faço nada! Estudo pela manhã, toco harpa e às vezes brinco no pateo com minhas criadas... Assim pensativa ficou o resto do dia. A noite preparou-se para dormir. Deitou-se mas não conseguia dormir os pensamentos iam e vinham em sua loira cabecinha. Em dado momento um clarão fez-se no quarto...

O que é isto pensou? Relâmpago, será que vai chover? -Não minha querida princesa, sou eu, a fada do bosque. -Ah mas que surpresa não pensei que existia uma fada no bosque?

-Sim há, moro lá mesmo antes de você nascer..Senti toda tua tristeza hoje a tarde.

-Realmente estou muito triste em não poder fazer nada.

-Então minha querida vamos nos unir. Eu a ajudarei a resolver teus problemas.

-Imediatamente a princesa saiu da cama, vestiu seus chunelinhos dourados e sentou-se para ouvir a fada.

-Serei tua amiga invisível minha linda menina.

É só chamar-me que virei para te ajudar. Agora é melhor que vás dormir, pois nada poderemos fazer esta noite. Na manhã seguinte a princesa acordou muito alegre e não sabia porque... De repente lembrou-se da fada! Será que foi um sonho? Verei quando a chamar, mas somente quando precisar. Naquela tarde a princesa foi dar uma volta de carruagem e avistou a plantação das uvas. As parreiras estavam carregadas de uvas verdes ainda..Era muito lindo de se ver.As mulheres com enormes chapéus de palha elenco no pescoço cuidavam da plantação.

À noite depois que todos jantaram, ouviu quando seu pai o rei recebeu seu secretario que logo foi falando. Senhor meu rei, em três dias precisamos colher as uvas, senão o comprador irá comprar em outro lugar. Ele se adiantou nesta viagem e chegara aqui em três dias!

- Mas como iremos fazer?

-Talvez colhe-las verdes mesmo.-Deixe-me pensar melhor amanhã terei uma resposta.

-Lembre-se senhor meu rei, amanhã já estarão faltando somente dois dias.- Sim lembrarei disto.

Ali sentado em sua poltrona de veludo vermelho, sumia dentro dela de tão acabrunhado que estava.

-E agora o que fazer?

A tudo isto ouviu a princesa. A noite voltou para seu quarto, já pronta para dormir lembrou-se da fada.

-Vou tentar chamá-la se não foi um sonho?

Sentou-se na cama e disse:

-Fada minha amiga preciso de ajuda!

Imediatamente o clarão tomou conta do quarto.

-Aqui estou minha princesa. Diga que ouvirei.

E a princesa relatou tudo que ouvira após o jantar.

-Fique descansada vou ajudá-la. agora durma bem.

Na outra manhã o sol estava tão quente que não dava para sair do castelo. Todos admiravam o calor intenso tão fora de época! O encarregado de vistoriar os trabalhos entrou e relatou ao rei.

-Senhor as uvas estão prontas para serem recolhidas, amadureceram tão depressa que se não colhermos perdermos tudo.

Não é preciso dizer da alegria do rei. Fizeram o trabalho todo o comprador veio levou tudo e o rei teve um bom lucro. Ai então a princesa que a tudo presenciou, disse ao rei seu pai;

- Meu querido pai, não seria justo uma recompensa para os trabalhadores? Afinal fizeram um bom trabalho.

O rei coçou o queixo e ficou pensativo.

-É fizeram sim, mas era responsabilidade deles.

-Eu sei meu pai, mas se esforçaram bastante o dia interiro até o sol se esconder.

-Certo minha filha, darei uma recompensa para eles.

-O que meu pai?

-Mandarei que distribuam pães frutas e queijo para todos além de um pouco a mais no salário.

-Agradeço meu pai e sei que serão muito gratos e continuarão a se esforçar.

A noite agradeceu a fada amiga, pelo amadurecimento rápido das uvas.

-Não me agradeça linda menina o mérito é teu. Você que quis ajudar.

E naquele reino tudo florescia rápido, as frutas eram ótimas e os súditos alegres e felizes com seu rei. Houve uma troca, pois o rei sabia reconhecer um bom trabalho e todo esforço empenhado, e os súditos se sentiam felizes por serem reconhecidos.

Ninguém sabia da fada só a princesa que sempre que precisava chamava a amiga.

Moral da estória, sempre se deve reconhecer o trabalho dos outros mesmo que se possa fazê-lo melhor.

Ajudar sempre para ser ajudado. As pessoas são diferentes, cada uma pensa de um jeito, mesmo sendo assim podemos ajudar uns aos outros.

Eis ai a princesa e a fada.

Procure a sua, ela virá te ajudar tenho certeza e a recompensa virá como um sol a brilhar em nossas vidas.

Marlene B. Cerviglieri