quinta-feira, 3 de abril de 2008

O GRILO FALANTE
















A confusão estava armada e ninguém compreendia o que estava acontecendo. Foi aí, então, que apareceu o diretor da escola e começou a por ordem no que parecia ser uma briga, e das boas.

- Sentem-se todos e fiquem calados.

Esta era uma ordem que ninguém ousava desobedecer.

Todos sentados e então a professora começou a narrar o que estava acontecendo na classe.

- Bem - dizia ela - no meio da aula alguém assobia ou então faz um ruído que não consigo identificar, e quando paro para averiguar todos falam ao mesmo tempo. É uma loucura!

- Meninos - disse o diretor - quero um representante aqui na frente para prestar contas comigo e com a professora.

Ninguém levantou.

- Ouviram minha ordem?

- Siiiim. - responderam todos.

- E por que ninguém se levantou?

- Não sabemos...

- Como não sabem?

- Quero um de vocês aqui agora!

Nada acontecia. Então a professora falou novamente:

- Crianças, por favor, obedeçam ao senhor diretor.

- Estamos obedecendo - disseram.

- Como? Perguntou ela.

- Estamos sentados e devemos permanecer calados...

Nesta altura o diretor estava furioso.

- Tudo bem, tudo bem - disse bufando - ordem suspensa.

Imediatamente todos se levantaram e começaram a falar juntos, num alvoroço danado. Quando o diretor e a professora já iam tomar outra providencia, ouviu-se um estrondo vindo da janela.

- O que foi que aconteceu?

O silêncio foi imediato.

- Nada senhor diretor, apenas conseguimos fazer o grilo ir para fora pela janela.

- Grilo! Que grilo?

- O que estava incomodando a professora. Era um grilo falante e muito esperto. Custou mas ele saiu da classe, agora está lá fora.

O diretor coçou o queixo, olhou para a professora e disse:

- Bem professora, volte a aula agora e só me chame se o grilo falante voltar.

Lá atrás, nas últimas carteiras, um menino falava:

- chii, quietinho agora senão vamos ter que te colocar do lado de fora, entendeu?

E o grilo pulava dentro da caixinha que era do apagador de lousa da professora, é claro.

- Coisas de meninos. - pensava ela. E voltou para sua mesa resmungando:

- Grilo falante, onde já se viu!