sexta-feira, 4 de abril de 2008

Tilili e a gatinha Mimi



A casa da esquina era impressionante. Desde a entrada com portões grandes circundados por arvores, até as janelas sempre abertas e o alvoroço de crianças que brincavam. Crianças felizes naturalmente pois se ouvia o riso no outro quarteirão.
Vovó são pessoas ricas que moram ai não é mesmo?
-Não sei meu querido, depende o que você acha que é ser rico.
-Ora vovó, eu acho que é ter uma casa muito grande, carro dinheiro...
-E o que mais me diga?
-Acho que isso e tudo disse Pedrinho.
-Vejo que você precisa aprender um pouquinho mais, faz tempo que não damos uma voltinha juntos não é mesmo?
-Vamos nos sentar a sombra daquela arvore, o banco lá já me conhece...
Assim avó e neto sentaram-se à sombra de uma linda quaresmeira uma árvore que dá flores muito lindas quase que o ano todo.
-Bem Pedrinho ser rico não é só do jeito que você pensa. As pessoas precisam sim de dinheiro, uma casa para morar e se possível um carro e dinheiro para comprar o que precisa. O problema está em querer muito, virar o que se diz ganancioso.
-Credo vovó o que é isso?
-Um dia você entenderá meu querido.-Mas voltando aquela casa que passamos tem uma historia muito bonita e você vai gostar.
Pedrinho arrumou-se todo para ouvir a avó.
-Lá moram cinco crianças, 2 meninos e três meninas. São crianças felizes vão as escolas e tem pais muito bons. É, você adivinhou, são ricos sim, mas excelentes pessoas. Na casa existe a Tilili, que é a cachorrinha deles, veio para a casa com dois meses e foi criada por eles. As crianças adoram Tilili. Certo dia apareceu na porta do casarão uma gatinha ainda bebezinho. Miava muito, pois tinha sido abandonada ali por alguém. As crianças imediatamente recolheram a gatinha e alimentaram-na com mamadeira. A mãe das crianças não queria que eles ficassem com Mimi, assim a chamaram as crianças. Pediram choraram, você sabe como criança faz não é mesmo?
Pedrinho meneou a cabeça num sim.
-Pois bem, sabe quem resolveu a questão?
-Não...
-Tilili adotou a gatinha como se fosse sua filhinha. Era engraçado ver a gatinha atrás dela. Ou dormindo bem juntinho dela. Afinal dizem que gato e cachorro não se dão bem, não é?

-E como foi vovó?
-As crianças foram dormir e a mamãe deles colocou a gatinha na soleira da porta na rua, pois Tilili deu um jeito de sair e trouxe a gatinha para dentro de casa. Os pais das crianças viram e ficaram emocionados.
Pedrinho estava encantado com a história.
-Sabe meu neto, mãe é a que cria alimenta leva na escola dá carinho, não importa se nasceu da barriga de outra pessoa.
-É mesmo vovó. Quer dizer que o Ditinho é seu filho então?
-Sim meu lindo, filho do meu coração.
-Existem filhos do coração vovó?
-Sim e muitos.
Eles precisam saber que são do coração e não da barriga.
-E o amor é igual das duas mães...
-Então eu quero arrumar duas mães vó, uma de barriga e outra de coração;
-Não brinque com isso Pedrinho,eu já sou sua mãe também.
-O que você também?
-Sim, as avós são segunda mãe, sabia?
-Puxa vovó como é gostoso conversar com você, aprendo tanta coisa.
E assim levantaram-se e continuaram a caminhada até o carrinho de pipoca que estava bem próximo.Pedrinho pensava;
Puxa tenho duas mães, sinto pena de quem não tem nenhuma.
-Vó posso te emprestar de vez em quando para......
-Sabia que vinha bobagem, vamos para casa Pedrinho.
É meus amiguinhos contem quantas mamães vocês tem, respeitem todas elas pois todas te amam do mesmo jeito. Sempre terão um lugar para você, em seu coração.
Beijo pra todos.

Marlene B. Cerviglieri